domingo, junho 06, 2021

Alto Minho, artigo de 02-06-2021


Por que não uma nova “ponte nova”?

Quem tem de se deslocar à vila de Ponte de Lima ou quem nela mora sabe que no início da manhã e no final da tarde terá de enfrentar filas para atravessar a ponte de Nossa Senhora da Guia, também conhecida por “ponte nova”. Qualquer constrangimento nesta ponte, um acidente ou avaria, significa, normalmente, a formação rápida de longas filas na vila de Arcozelo, na vila de Ponte de Lima e em direcção à Correlhã. 

Já em tempos, esteve em ponderação a construção de uma nova ponte entre a zona norte da vila de Ponte de Lima e a vila de Arcozelo, que faria parte de eixo rodoviário de circulação externa à vila de Ponte de Lima. O plano não avançou e a ponte da autoestrada A3 passou a ser vista como uma alternativa à construção de uma nova ponte. A verdade é que esta última se torna alternativa somente quando o caos já se instalou na ponte de Nossa Senhora da Guia e as pessoas tentam escapar-lhe. Uma nova ponte entre o início do lugar de Crasto (Ribeira) e o lugar de Faldejães (Arcozelo) significaria não uma alternativa para fugir ao transito caótico de um qualquer constrangimento, mas uma alternativa para escoar o normal fluxo do transito.

Talvez seja tempo de ter uma nova “ponte nova”. O que pensarão os diversos candidatos a presidente da Câmara de Ponte de Lima acerca da construção de uma nova ponte? Haverá algum que se comprometa a lutar por essa nova ponte?


Persistência


Em Novembro de 1885, um deputado subia a rua para a sua casa quando um grupo jovens com vários instrumentos barulhentos o começou a seguir. Nas horas seguintes, ficaram junto à sua casa, já com um grupo de populares, gritando frases pouco abonatórias para o deputado. O deputado era Miguel Dantas, ainda conhecido em Paredes de Coura pelos seus anos como presidente da Câmara, tendo também sido Par do Reino e Conselheiro de Estado. 

Lembrei-me disto a propósito da entrevista de Eduardo Teixeira a este jornal. Eduardo Teixeira tem sido alvo de várias críticas, algumas das vezes assertivas, mas, por uma ou outra razão, vai permanecendo na política partidária activa, influenciando, umas vezes directamente outras na sombra, as decisões do PSD no Alto Minho. Vai no seu segundo mandato como deputado e na sua segunda tentativa de chegar a presidente da Câmara de Viana do Castelo. Na primeira tentativa não chegou ao melhor resultado do PSD enquanto oposição, alcançado pelo limiano António Carvalho Martins, nesta assume claramente que concorre para vencer. 

Político com muitos anos de actividade, deu uma entrevista exemplar. Falou dos problemas, indicou alternativas e demonstrou estar a par dos dossiês, só não respondeu à questão sobre se se manteria como deputado se fosse eleito vereador. Ninguém duvidará do seu amor a Viana, a sua resposta versou sobre esse amor, mas, a não ser que não tenha intenção de exercer o cargo de vereador, uma resposta ao género “sim, passarei a exercer exclusivamente o mandato que os vianenses me derem nestas autárquicas, que espero que seja o de presidente da Câmara” seria uma melhor forma de demonstrar esse mesmo amor.