domingo, julho 18, 2021

Alto Minho, artigo de 14-07-2021


Natalidade

O tema de natalidade ressurge novamente, as candidaturas falam dela como se estivessem preocupadas. Nos discursos dos dirigentes, por vezes por sinónimos, o tema é abordado. Mas ouvir o presidente da Junta de Vilar do Monte, na inauguração do centro de interpretação das Aldeias da Mesa dos 4 Abades, referir-se à perda de pessoas da sua freguesias e das outras freguesias limítrofes, todas elas de muito baixa densidade, nos últimos 10 anos devia fazer-nos pensar no que andaram a fazer os nossos governantes. 

Com as estatísticas disponíveis à distancia de um click, como foi possível chegar aqui? Para a fixação da populações não bastam inaugurações bonitas nem muita pedra nos adros das igrejas chamando-lhes centros cívicos. A política de ocupação de solos tem um papel importante, a aposta nas infraestruturas rodoviárias, estradas e transportes, também. Como está, por exemplo, o processo de revisão do PDM? Parado, não é? 


Fim de um ciclo


Estive, mais coisa menos coisa, 10 anos como eleito. Primeiro na Assembleia Municipal de Ponte de Lima, onde exerci também o cargo de líder da bancada, e nos últimos 4 anos como membro da Assembleia de Freguesia da vila de Arcozelo. Tentei, no exercício das minhas funções, ser representante dos que em nós depositaram a sua confiança. Escrevo nós” não como um nós” majestático,  mas porque foi eleito integrado numa lista. Por opção minha, o meu serviço à comunidade como eleito terminará no dia 26 de Setembro. Agradeço os convites que me foram dirigidos, inclusive o do meu partido, mas de forma ponderada decidi afastar-me. 

Durante estes anos vi como o brilho e animo da campanha, a satisfação da noite eleitoral, em mais casos que o desejável, se desvanece durante o mandato. Vi como muitos membros eleitos, talvez mais preocupados em que lhes chamem deputados”, não fazem uma única intervenção durante todo o mandato. Não consigo entender como alguém que é eleito por aqueles por quem passa todos os dias não tem absolutamente nada para dizer, sugerir ou comentar na assembleia para onde foi eleito para os representar. Da mesma forma abomino os que passam anos a afirmar uma coisa para logo depois de chegarem ao poder” fazerem o mesmo ou pior do que o que criticaram, muitas das vez desculpando-se com o sempre foi assim”. Ridículo, não é? 


Nada de novo


Já diz o dito popular que não há luar como o de Janeiro, nem ano de eleições autárquicas que não traga a revista do município. Se no primeiro número, de Novembro de 1995, se podia ler na capa que a periodicidade seria trimestral, a verdade é que os últimos números são de Julho de 2013 (nº25), de Março de 2017 (nº 26) e agora de Junho de 2021 (nº 27). Será que pensam que as pessoas são assim tão "premiáveis"?