Debate
Um debate, numa televisão por cabo, entre os vários candidatos à presidência da Câmara de Ponte de Lima criou expectativas e também polémicas. Muitos esperavam assistir a um confronto final no género dos que visualizam nos filmes de cowboys. As máscaras iam cair, os candidatos vazios de ideias iam ser desmascarados, este ou aquele candidato iria emergir sobre os outros como que um ser ungido...
Com a aproximação do dia do debate, fica-se a saber que afinal não foram todos convidados a participar, apenas os partidos ou movimentos que se candidatam à Câmara e à Assembleia Municipal têm direito a tempo na tv. De fora, apesar dos seu protestos, pelo menos nas redes sociais, ficaram os candidatos do Partido Popular Monárquico e os do Chega.
Chegados à noite do debate, chega também a hora de todos os esclarecimentos, menos, claro, os dos candidatos anteriormente citados. A jornalista dá início à “contenda”, os candidatos vão responder… Iam, porque com o modelo utilizado (semi-presencial), com os temas escolhidos, com a gestão de tempo, pouco, para não dizer nada, se aproveitou.
Sorte tiveram o José Puga e o Gonçalo Abreu Lima que não perderam o seu tempo. Caro leitor, se quer confronto de ideias, o melhor será ler as entrevistas que os vários candidatos têm dado aqui ao “Alto Minho” ou então, mais trabalhoso, é certo, por vezes até bastante difícil de encontrar, procure os programas eleitorais. Pode até ser uma bela leitura com algumas partes de ficção, outras de romance ou até de comédia, mas certamente que não darão como tempo perdido.
Transportes públicos
Não sei se o leitor tem tido a paciência de ver outros debates que vão passando nos Média. Reparo num denominador comum em quase todos eles, os transportes públicos. Todos falam da sua importância, na conveniência da adequação da gestão às necessidades das populações, falam em investimentos e em valores de milhões. Penso para mim como por aqui, pelo Alto Minho, nos temos de sujeitar, por exemplo, a autocarros que foram novos, um dia, talvez na Alemanha.
O serviço de transportes públicos na região, apesar do movimento pendular de milhares de trabalhadores, é, na verdade, basicamente inexistente. Ninguém, a não ser por total necessidade, coloca sequer como opção de mobilidade os transporte públicos. Porquê? Se não for por outra razão, será por total inadaptação às necessidades dos seus potenciais utilizadores (horários, conforto, preços…)
Se atendermos à realidade concelhia, em Ponte de Lima, por exemplo, não existe um verdadeiro serviço de transporte urbano. Embora seja o segundo maior concelho do distrito com uma clara concentração de população no centro urbano (eixo Refoios, Arcozelo, Ponte de Lima, Correlhã) não existe uma política de mobilidade urbana. Então, se falarmos das freguesias rurais, acham mesmo que existe uma alternativa ao transporte particular ou ao táxi? E se olharmos para além do ano escolar…?
E Viana do Castelo, a nossa capital de distrito, não devia, como outras capitais de distrito, liderar uma política integrada de transportes públicos? Dever, devia, mas alguém encontra algum líder ou potencial líder a preocupar-se realmente com isso?
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