Clássicos
Em 1927, inserido no programa das Feiras Novas, realizou-se uma das primeiras corridas automobilísticas da região, a rampa da Madalena. Lembrei-me disso quando vi que 3 carros de membros do CLAC – Clube Limiano de Automóveis Clássicos foram de Ponte de Lima ao Caramulo para estarem presentes no Caramulo Motorfestival que se realizou no primeiro fim de semana do corrente mês de Setembro. Organizado pelo Museu do Caramulo, o referido festival é um evento dedicado aos automóveis e motociclos clássicos e desportivos, com uma parte de competição completada por um conjunto de acções lúdicas e turísticas que leva milhares a deslocarem-se à serra do Caramulo durante aquele fim de semana.
Mais comedidamente, mas de forma convicta, seria interessante fazer renascer a rampa da Madalena, trazendo-a para as organizações de encontros de clássicos que se vão realizando um pouco por toda a Europa.
Prognósticos
Daqui a 11 dias faremos a escolha daqueles que queremos para nossos representantes. Têm-me perguntado qual é o meu prognóstico para as eleições para a Câmara de Ponte de Lima. O que me ocorre de imediato é que “prognósticos só no final do jogo”.
O que aconteceu em 2017 ficou gravado. Os prognósticos, opiniões e adivinhações indicavam uma mudança nas intenções de voto. O movimento PLMT do centrista, passado a independente, Abel Baptista, iria delapidar o eleitorado do CDS. Com este cenário, no seio do maior partido da oposição de então, o PSD, começou-se a pensar que era possível eleger o segundo vereador. Se Abel trabalhasse bem, poderia entrar de tal forma no eleitorado centrista, naturalmente o seu, ao ponto de, pelo método de Hondt, também ele conseguir dois vereadores. Pois bem, contra todos os prognósticos, opiniões e adivinhações o movimento PLMT quase não penetrou no eleitorado do CDS. A quase totalidade dos seus votos vieram do PS (que se anulou para o apoiar), do PSD, do M51 e até do PCP. A maioria CDS manteve os 5 vereadores e a oposição foi ocupada apenas pelos 2 vereadores do PLMT.
Este ano ainda é mais difícil fazer qualquer previsão ou prognóstico. O PLMT bem tenta bipolarizar o debate, mas o PS, ao contrário de 2017, tem dado muito nas vistas nas suas acções de campanha. Sem entrar no eleitorado centrista de nada serve a bipolarização. Para além disso, a restante oposição não vai ser apanhada desprevenida. O M51 inova com uma candidatura diferente, feminina que está a ganhar empatia no eleitorado. O PSD voltou a erguer bandeiras queridas dos sociais-democratas, voltou a ter método e faz a diferença ao ir a “jogo” com ideias e projectos. Veja-se a questão da água, onde a candidatura do PSD não se limitou a dizer que era contra, apresentou ideias concretas do caminho que se propõe seguir para a reversão do contrato, apresentando, inclusive, um pedido de avaliação ao Ministério Público sobre as práticas da empresa Águas do Minho e Lima. A campanha do VIRAMILHO parece andar mais discreta, a candidata à Assembleia Municipal ainda não entrou na campanha, Gaspar Martins sabe que tem de encontrar o equilíbrio entre a discrição e a demonstração de que ainda tem, pelo menos, parte da sua força eleitoral do passado. O CDS está a dar tudo para segurar a sua posição, a apresentação das candidaturas, com um largo de Camões bastante cheio para os tempos que vivemos, pretendeu dar um sinal de força e, na verdade, comparativamente com a concorrência, cumpriu o objectivo.
Prognósticos neste momento? Mesmo que se vá ao Oráculo de Delfos, não sei se conseguirá fazer algum.
