domingo, setembro 26, 2021

Alto Minho, artigo de 22-09-2021

 125 anos


Falar no Teatro Diogo Bernardes é ter a certeza que, do cinema aos bailes, do teatro à música, das manifestações políticas aos eventos do município, em algum momento,  alguma experiência lá vivida, marcou a memória de todos os limianos. Eu tenho algumas, vou destacar 3. A primeira, ainda o edifício não tinha sido recuperado, foi numa festa escolar onde pisei o palco como interveniente de uma peça de teatro. Já passaram para aí uns 30 anos mas ainda me lembro da perspectiva do palco me extasiar. Outro momento foi em 1999, quando o Teatro Diogo Bernardes renasceu, aquando de um concerto do maestro Vitorino de Almeida onde era inaugurado, também, um novo piano. Um magnifico concerto onde o maestro desmontou as conservadoras expectativas demonstrando a capacidade eclética de um piano clássico. E agora, no passado domingo, com o Herman José convidado para o fim de semana onde se celebraram os 125 anos do nosso Teatro. Herman foi, como sempre, sublime, misturando o humor com momentos musicais. Devo confessar, no entanto, que o que mais me marcou foi quando o “verdadeiro artista” convidou o director do Teatro, Miguel Franco, para subir ao palco para cantar os parabéns ao Diogo Bernardes. Mal teve oportunidade, o director   solicitou a presença de todos os colaboradores do Teatro, chamando-os, um por um e só depois de estarem todos mandou entrar um bolo ao som dos parabéns cantado pelo Herman e toda a plateia.  

Parabéns ao Teatro Diogo Bernardes e a toda a sua equipa que parece mais unida que nunca.


De volta aos 90


Não sei se o leitor tem reparado, presumo que sim até porque já várias pessoas me abordaram para constatar que não viam uma campanha assim há muito tempo. Não existe rua, quase poste, que não tenham cartazes de propaganda política. Não sei se será sinónimo de alguma coisa para o próximo domingo mas uma coisa é certa que parece que voltamos aos noventa, lá isso parece. Nessa altura é que se pensava que os eleitores votavam não nos que tivessem melhor programa mas naqueles que mais cartazes, canetas, aventais ou barretes dessem. Bem, na verdade, alguns até gostam de enfiar o barrete.


Não, não é fácil


Um jornalista ao anunciar que Fernando Pimenta se tinha sagrado campeão do Mundo em K1 1000 metro desabafou com um “mais do mesmo”. O desabafo não teve intenção depreciativa, pelo contrário, queria, certamente, realçar que Pimenta é um campeão que com as suas 108 medalhas internacionais nos habituou à vitória. 

Mas, se existe esse habito é porque não existe cedência ao facilitismo. Para atingir o patamar inter-galático que Pimenta atingiu fez, e ainda faz, muitos sacrifícios. Quando os adolescentes pensam em se divertir Pimenta treinava no rio, fazia uma vida regrada, já com foco nos objectivos desportivos. Quando os jovens casais se tornam pais querem passar todo o tempo com os seus rebentos, Pimenta também quer mas mais um vez sacrifício e foco são o seu lema. Associa a esta forma de vida a sua intrínseca humildade, encarando o trato com os outros com um terra a terra por vezes desconcertante. 

Não, não é fácil e nós em Ponte de Lima temos muita sorte de poder dizer com orgulho que é limiano. Parabéns campeão!