domingo, outubro 03, 2021

Alto Minho, artigo de 29-09-2021

Autárquicas, o rescaldo


No distrito


Os resultados no distrito ditam que os dois grandes partidos, PSD e PS, bipolarizaram as “batalhas”. 

O PS sai vencedor, além de conseguir manter as câmaras com bandeira rosa, ainda conquistou Valença e Vila Nova de Cerveira. Os socialistas são ainda os vencedores em número de vereadores, membros das assembleias municipais e de freguesia no distrito. 

O PSD, liderado por Olegário Gonçalves, perdeu em toda a linha. Em Valença, Jorge Mendes, assegurando o lugar de deputado, não teve a capacidade de preparar a sua saída do município, ditando a divisão dos sociais democratas e a expectável perda da segunda cidade do distrito para os socialistas. Em Ponte da Barca, assistiu-se a uma vitoria tangencial (154 votos), e, no bastião de Arcos de Valdevez, embora sem influência, os socialistas duplicaram a sua votação, consolidando a tendência das legislativas, aumentando em mais um o número de vereadores. A aposta nos independentes em Vila Nova de Cerveira não resultou, perdendo estes a Câmara Municipal e, em Caminha, apesar da perda de votos dos socialistas, o PSD, embora subindo em percentagem, não conseguiu capitalizar o descontentamento, perdendo inclusive votos. Em Viana do Castelo, com uma oportunidade histórica de recuperar a Câmara Municipal, o PSD apostou num candidato já desgastado, que, não sendo do agrado das pessoas, não chegou perto dos objectivos de vitória a que se propôs, aparenta, agora, satisfazer-se com a conquista de um vereador à maioria PS. Pode, no entanto, Olegário ficar satisfeito com a eleição dos vereadores em Paredes de Coura, Ponte de Lima e Melgaço, e, claro, a consolação de ver a maioria em Monção consolidar-se. 


Em Ponte de Lima   


Não há como contornar, o eleitorado limiano concorda com o rumo que o CDS tem traçado para Ponte de Lima. Vasco Ferraz foi eleito por maioria absoluta, menor que a de Vitor Mendes, mas, ainda assim, maioria absoluta. Perde, no entanto, a maioria absoluta dos membros eleitos na Assembleia Municipal. Poderíamos estar perante uma nova dinâmica naquele órgão, não fosse o facto de aos membros se juntarem os presidentes da Junta maioritariamente afetos ao CDS, fazendo com que, de novo, este mantenha o controlo absoluto da nossa “casa da democracia”. O PLMT, apesar de conseguir aumentar a sua votação, não conseguiu atingir nenhum dos seu objetivos, não venceu, não retirou a maioria ao CDS, nem tão pouco aumentou a sua presença no executivo. Fica o consolo de ter atingido a maioria absoluta na assembleia da vila de Arcozelo. Já o PSD, fruto do trabalho do seu candidato e da equipa que este constituiu, conseguiu aumentar ligeiramente o seu resultado, e, ajudado pela perda de votação do CDS, regressar, assim,  ao executivo municipal. É uma boa notícia para os lados da praceta Vieira de Araújo, falta saber se aproveitarão para lançar as bases para o futuro, permitindo uma renovação do partido ou se vão deixar passar mais 4 anos perdendo o capital político ganho. 

O M51 saiu tarde, e nem a lufada de ar fresco da candidatura da Joana Quintela Alves conseguiu suster a perda de votação. A tendência não é muito favorável para este movimento. O PCP/PEV sofre pela falta de renovação de protagonistas, conseguindo, no entanto, manter o eleito na Assembleia Municipal não “avança” em comparação com os outros anos. O CHEGA entra nas autárquicas limianas sem fazer grandes ondas, o mesmo sucedendo com o PPM.

Os dados estão lançados para os próximos 4 anos. Fica o desejo de que haja maior colaboração entre todos os eleitos, com uma nova forma de viver a política, onde o respeito que todos merecem e o amor à “nossa” terra seja sempre farol orientador das decisões dos nossos eleitos.