domingo, novembro 14, 2021

Alto Minho, artigo de 10-11-2021

Começos

Quando o executivo eleito em 2017 tomou posse, uma das primeiras medidas visíveis foi reverter parte do estacionamento de motociclos que tinha sido criado em pleno largo de Camões. Sensatamente, mesmo junto ao chafariz, foi retirado. Uma decisão que “deu nas vistas” por ter sido polémica a sua implantação.

Em 2021, assistimos a uma atitude semelhante por parte do novo executivo limiano. Na passada semana, as polémicas trepadeiras que já cobriam o início da ponte velha foram retiradas. As trepadeiras não surgiram por “motu próprio”, foram lá colocadas pelos serviços municipais. Durante anos foram alvo de critica, ainda recentemente o Professor Doutor Matos Reis e até eu próprio lhe dedicamos umas linhas. Felizmente, o novo executivo foi sensível ao apelo. 

Foi uma boa e sensata decisão que se espera que não seja um exemplo sem exemplo. Há muito por onde evoluir, alterar caminho. Haverá vontade? Anunciou Vasco Ferraz, então candidato a presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, que iria constituir um grupo consultivo presidido pelo ex-presidente Daniel Campelo. Se esse grupo se tornar uma realidade, a sua constituição irá ditar se Vasco Ferraz pretende ou não liderar um processo de mudança (não confundir com corte com o passado) ou apenas manter o “status quo” com uma nova roupagem.


CIM Alto Minho


A Comunidade Intermunicipal do Alto Minho já “elegeu” os seus novos órgãos. A maioria dos cidadãos nem sabe de que se trata, muito menos da existência de eleições para essa associação de municípios. Sendo o mais próximo da regionalização, as CIM´s são constituídas por representantes dos diferentes concelhos que as constituem. Por elas, entre muitas outras coisas, passam investimentos e financiamentos, debatem-se e tomam-se decisões sobre problemas que afectam os concelhos associados. Mas a eleição dos seus órgãos não é directa, não é da responsabilidade dos cidadãos, mas dos políticos que são eleitos para as Câmaras Municipais, os seus presidentes, e para as Assembleias Municipais, membros das assembleias municipais. Estes é que decidem, nos bastidores, a constituição dos órgãos. 


Bicicletas urbanas


Em 2008, escrevi sobre o exemplo que via noutros locais de disponibilização de bicicletas urbanas para a deslocação dos habitantes e de turistas. Em 2009, o município de Ponte de Lima comprava, por 14.389,60 €, a uma empresa portuguesa, um conjunto de bicicletas dando-lhes o nome de “Lagoas”. Passados alguns meses, eram pintadas, no centro histórico, algumas ciclovias. Os anos passaram, a tinta desapareceu e das bicicletas “Lagoas” pouco restará. A última que vi foi no centro histórico... mas de Viana do Castelo. 

Recentemente gastaram-se alguns milhares de euros numa ciclovia que é um género de “circunvalação” da zona urbana da vila de Ponte de Lima. Mas o que é feito da política de mobilidade que o município limiano, então liderado por Daniel Campelo, queria implementar no concelho? Dessa não reza a história. Com as eleições de 2009, as políticas de mobilidade ficaram na gaveta. Como já escrevi anteriormente, é hora de olhar seriamente para esta temática. Aqui está um assunto que o novo executivo deveria amarrar como prioridade neste início de mandato.