“Alegria”
Na eucaristia de domingo passado, a palavra mais repetida nas leituras foi “alegria” (obrigado, padre Luís, pela chamada de atenção). Nestes tempos, mais para o sombrio, ouvir repetidamente a palavra “alegria” não nos deixa indiferentes. Conseguiremos sentir alegria com todas as restrições com que vivemos? Mas se nem os sorrisos conseguimos ver ou mostrar... Talvez, nestes tempos, a alegria se viva de forma menos superficial, sente-se interiormente, sente-se em pequenas coisas, sente-se nas pequenas acções do dia a dia.
Das coisas
Por vezes, apegámo-nos a objectos aos quais associamos momentos da nossa vida. Suspeito que esse apego não seja algo fora do comum. Será uma espécie de tentativa de prolongamento ou materialização da memória de um tempo que existiu, mas que já só “mora” na nossa mente. Talvez custe livrar-nos de uns sofás velhos, com o tecido cardado, já tortos do uso, mas onde, sei lá, os nosso filhos se amarraram para dar os primeiros passos, ou da primeira televisão, que já nem funciona, com todas as experiências que vivemos com ela, desde as peripécias na sua compra, ao mundo que vimos através dela...
Existirão estudos e diagnósticos de uma qualquer patologia associada a este comportamento, mas talvez seja apenas a “necessidade” de um suporte fisico para a memória de tempos que nos marcaram. A verdade é que as nossas recordações não morrem com o fim desses “suportes”, vivem, como sempre o fizeram, na nossa memória.
Já agora, se quiser ver-se livre desse velho sofá que já só ocupa espaço ou de um outro “mono”, não o despeje junto ao caixote do lixo ou num monte qualquer. Para essa atitude e comportamento não existe qualquer tipo de compreensão. Normalmente, os municípios têm serviços para onde basta ligar e agendar gratuitamente o levantamento dos mesmos.
Listas
As eleições legislativas aproximam-se e cada vez mais se verifica a bipolarização entre o PSD e o PS. Quem quer a continuidade do governo PS votará no Partido Socialista, quem quer outro governo votará no Partido Social Democrata. Essa dicotomia está bem patente nas listas pelo nosso círculo eleitoral. De um lado, a lista socialista, já associada a polémicas públicas na constituição, com dois governantes do partido socialista a ocupar os dois primeiros lugares, o primeiro o pouco consensual ministro da educação o segundo uma secretária de estado que ninguém se lembra quem é, o terceiro lugar é ocupado pelo “desempregado político” José Maria Costa. Do outro, a lista social democrata que embora aparente ser de continuidade, uma vez que os dois primeiros lugares são repetentes, renova com um número 3 com forte ligação pessoal ao concelho de Viana do Castelo com experiência de governo e nos meandros da política nacional.
Tradicionalmente, os 6 deputados são divididos entre os sociais-democratas e os socialistas, por vezes os sociais-democratas conseguem eleger 4 deputados, outras, o CDS consegue intrometer-se nas contas, elegendo um deputado “roubado” aos socialistas. Falta saber se os centristas apostarão em Vitor Mendes para tentar recuperar esse deputado, que, para os cálculos nacionais do CDS, poderá fazer a diferença entre o grupo do táxi ou da mota.