domingo, dezembro 26, 2021

Alto Minho, artigo de 22-12-2021

Motores políticos voltam a roncar

Com o aproximar das eleições legislativas, as máquinas partidárias voltam à estrada. Só é pena não estarem activas durante o restante tempo não eleitoral. Muitos partidos, no nosso distrito só existem em tempos de eleições. Para alguns a eleições legislativas são um género de “prova de vida”.


Deputados ou governo?


Embora votando em deputados, a generalidade dos eleitores, quando vota nas legislativas, tem em mente não o seu representante na Assembleia da República, mas quem querem que seja o líder do governo. Talvez por isso, ou porque os eleitores perceberam em 2015 que só quem tem mais deputados é que pode formar governo, ou porque o que saiu das eleições de 2019 não acabou bem, a tendência para uma bipolarização parece ganhar força. 

A verdade é que as próximas eleições têm vindo a ganhar maior interesse por cada vez mais se perceber que tudo pode mudar no dia 30 de Janeiro. Esta é uma situação que resulta, por um lado, da atitude errante do governo e seus protagonistas, que, apesar da sua capacidade de prestidigitação, são cada vez mais incapazes de disfarçar a diferença brutal entre o que anunciam com pompa e circunstancia e o que realmente realizam (vejam o que se passa na educação), por outro, das eleições internas no PSD e da atuação de Rui Rio que trouxeram para os media a mensagem reformista dos sociais democratas de uma forma que há muito não se via. 

Tudo isto tem influência real na vida e perspectivas dos cidadãos que, confrontados com a realidade começam a questionar se é vantajoso ou viável a continuidade de um governo assente em cativações e propaganda. 


Os outros


Depois de anos onde conseguiu “roubar” um lugar aos dois grandes partidos do distrito, PSD e PS, o CDS parece voltar a resignar-se, como em 2019, a baixar os braços, não optando, mais uma vez, por um cabeça de lista forte. Com um consolidado terceiro lugar obtido em 2019, apesar de não estar presente em quase nenhum concelho do distrito, o partido com maior perspectiva para ocupar o espaço deixado pelo CDS é, pasme-se, o BE. O CHEGA e o IL, apesar da presença nos media nacionais, no nosso distrito, ainda não tiveram grande impacto. Pelo menos, até agora, o protagonismo “dos de Lisboa” não colmatou a falta de protagonistas reconhecidos na comunidade local.


Santo Natal


Quando o frio de Dezembro chegava e o Natal se aproximava, lembro-me de ir com os meus pais comprar o bacalhau à mercearia do Quim Lau, no Arrabalde. Lembro-me das pequenas lascas do bacalhau que provávamos, do seu sabor salgado. Talvez seja por isso que no Natal gosto dessa iguaria mais para o salgado, sendo, inevitavelmente, um dos “gostos” do “meu” Natal. 

Embora o seu Espírito possa e deva ser vivido durante todo o ano, o Natal é já este sábado. A todos os que me honram com a leitura deste espaço desejo um Santo e Feliz Natal.