domingo, janeiro 09, 2022

Alto Minho, artigo de 05-01-2022


Quando há memória

Na passada semana, mesmo antes de terminar o ano, o município de Ponte de Lima quis realçar alguns dados retirados do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses de 2020. 

Ponte de Lima ocupa, por exemplo, no ranking dos Municípios com melhor índice de dívida total, o 43.º lugar. Informa o município que “este é um indicador da capacidade da autarquia em cumprir com os seus compromissos e obrigações ao nível dos encargos financeiros assumidos“. O 43º lugar é muito bom? Sim, é, o problema é que Ponte de Lima, nesse mesmo índice, em 2014, ocupava a 12º posição. O concelho limiano, em 6 anos, caiu 31 lugares na sua “capacidade da autarquia em cumprir com os seus compromissos e obrigações ao nível dos encargos financeiros assumidos“.  


Publicidade vs informação 


Por vezes somos muito pouco exigentes com o que os nossos governantes nos “dão” em termos de comunicação. Talvez seja falta de memória, memória seletiva ou simplesmente porque não queremos saber. 

Uma democracia forte é, também, aquela em que os cidadãos conseguem separar o que é comunicação oficial, publicidade ou informação. 


Descriminação do interior 


Com a chegada do novo ano, entraram em vigor novos preços. Os aumentos generalizados também se vão fazer sentir nas portagens da A3, a auto-estrada que serve o nosso distrito. Mas se o aumento já é mau, saber que a A3 será a auto-estrada com o maior aumento no país torna-se ainda mais custoso. É lamentável que a nossa região continue a ser destratada. A CIM já se pronunciou?


Sr. Turismo


Sim, Francisco Sampaio vai ficar para sempre ligado à promoção da nossa região e das suas tradições. Como presidente da extinta Comissão Regional de Turismo do Alto Minho, serviu a nossa comunidade impulsionando o “produto turístico” do Alto Minho. Faleceu no ultimo dia de 2021, deixando, no entanto, um legado que permite que os nossos governantes locais usem os “produtos endógenos” como argumento de atração para quem nos visita.