domingo, janeiro 23, 2022

Alto Minho, artigo de 19-01-2022


Os invisíveis

Não se dá por eles, mas são um exercito de “invisíveis” que, dia a dia, vão fazendo um trabalho imprescindível à comunidade. Aliás, esse é, no fundo, o coroar do seu trabalho, passar despercebido. 

Normalmente, são senhoras que, seja com frio, calor, chuva ou sol fazem, todos os dias, o seu trabalho para que todos tenhamos um espaço público condigno. Da limpeza das ruas ao arranjo dos jardins, este “exercito”, silenciosamente, trabalha para o bem estar de todos.

Tantas vezes damos por garantido serviços que, por vezes, no nosso dia a dia, tratamos como menores, mas que, na verdade, sem eles a nossa vida seria bem diferente.


Preconceitos


É interessante verificar como a pandemia trouxe outro tipo de “pandemia”, a do extremar de posições. Facilmente se cai no preconceito, no facilitismo de rotular os outros. 

Voltamos a ouvir o preconceito religioso, sobranceiro, de caricaturar, por exemplo, os católicos como crentes ignorantes, seguidores de "padrecos histéricos”, nada dados à “cultura”. Argumentos que parecem ter vindo diretamente dos primeiros anos da República, repescados para a modernidade das redes sociais. 

Em Portugal, existem várias religiões, cristãos (católicos, protestantes, evangélicos...), muçulmanos (sunitas, ahmadis), judeus, hindus... Pensar que milhares de pessoas, por serem crentes, não são cultas, não gostam de ler, de música, de teatro, de cinema, de pintura, escultura, não capazes de pensar e admirar, limitar os crentes a um estereótipo preconceituoso é tão só... estúpido, mas por mais estúpido que seja, a verdade é que existe e é cada vez mais visível. 

O preconceito, a ignorância combatem-se com mais leitura, com mais estudo, resistindo a estereótipos e basismos, procurando a verdade e o conhecimento e menos os likes e visualizações da vacuidade das “redes”.   


Curiosidade do debate 


Os debates para as próximas eleições não se passam só nos 20 minutos das televisões, também passam pelos cabeças de lista que se apresentam a eleições no nosso circulo eleitoral. 

Se não ouviram o debate moderado pela jornalista desta casa, a Idalina Casal, vale bem a pena procurarem a página web da CEVAL, a entidade organizadora do debate. Não vou falar do debate em si, que foi longo e onde todos poderem expor a suas posições, mas da forma inédita como um dos candidatos usou o seu tempo para a mensagem final. O candidato do Livre terminou com um poema sobre o Alto Minho. Foi estranho e causou alguns sorrisos, mas, se pensarmos bem, estranho, estranho é a poesia não fazer parte do nosso quotidiano, mesmo o político. Como tudo seria diferente na nossa vida, se esta tivesse mais poesia.