domingo, março 20, 2022

Alto Minho, artigo de 16-03-2022

Transportes

Há uns meses escrevi sobre a necessidade de implementar uma rede de transportes no nosso distrito. Estranhava o silêncio sobre este assunto pela parte dos que se apresentavam a eleições, pois o movimento pendular dos que todos os dias têm de fazer quilómetros para se deslocar até ao local de trabalho é considerável e não existem alternativas, dignas desse nome, ao transporte particular. 

A subida estratosférica do preço dos combustíveis veio acentuar, ainda mais, o vazio das políticas de transporte em Portugal. Ouve-se o Secretário de Estado, a propósito das remediadas medidas que o governo irá implementar para minimizar o impacto da subida dos combustíveis, insistir que é preciso ter noção que o ISP - Imposto Sobre os produtos Petrolíferos - é a fonte de receita que permite ajudar os portugueses no uso dos transportes públicos. Os “portugueses”? Não, os portugueses não vivem só nas zonas metropolitanas das grandes cidades de Lisboa, Porto, Braga ou Coimbra. Quantos dos que fazem o favor de ler esta crónica sabem o horário dos transportes entre Arcos de Valdevez e Viana do Castelo, ou quantos comboios podem apanhar entre Valença e Viana do Castelo? No distrito, a movimentação pendular é enorme. Todos os dias milhares de alto-minhotos decolam-se quilómetros para trabalhar e para essa deslocação são obrigados a usar o transporte particular, porque os políticos não conseguem garantir a existência de uma política integrada de verdadeiros transporte públicos. Será agora que os nossos eleitos ficam consciencializados para este problema? 




Transparência


As reuniões das Assembleias, de Freguesia ou Municipais, são públicas. Pelos afazeres da vida, raros são os cidadãos que se deslocam para assistir, por vezes por horas, a essas reuniões. 

São, no entanto, cada vez mais as Assembleias que, apostando na transparência e abertura aos cidadãos, transmitem e disponibilizam online as suas reuniões. As redes sociais, o Youtube têm sido boas ferramentas para essa abertura que aproxima os eleitos dos eleitores. Veja-se o bom exemplo da Assembleia Municipal de Ponte de Lima que desde o mandato de 2009 disponibiliza online as suas reuniões, passando mesmo a transmitir, em direto, desde o mandato anterior. 

Infelizmente, nem todas as Assembleias têm essa abertura. Alguns responsáveis preferem camuflar-se em subterfúgios para não transmitirem nem tão pouco disponibilizarem online as reuniões. É caso para perguntar, o que será que procuram esconder?  


Experiência  


Quando se espera que haja vida e visitantes nos centros históricos, será necessário olhar para todos os pormenores. A Além da Ponte, bairro histórico na vila de Arcozelo, é um dos bairros do centro histórico de Ponte de Lima, do qual é parte integrante, onde mais gente vive. Tem no seu seio 5 valências ligadas à Câmara Municipal (jardins históricos, Museu do Brinquedo, Centro de Interpretação do Território, Estação do Tempo - Rota do Romano, Albergue dos Peregrinos), vários alojamentos locais, hotel e restaurantes premiados. Não é possível, nem compreensível que um alarme ligado às valências municipais toque durante uma semana várias vezes ao final da tarde e durante a noite. Será que esse alarme é o que queremos que os nossos visitantes levem como recordação do nosso centro histórico?