Será que finalmente…?
Foi com satisfação que li que um dos assuntos recorrentemente “falado” neste espaço já é visto como algo prioritário por um dos responsáveis políticos do município de Ponte de Lima. Paulo Sousa, vice-presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, assume a necessidade de investimento, programação e gestão dos transportes públicos.
Na verdade, sem esse investimento, sem uma verdadeira gestão que vá ao encontro das necessidades da comunidade não conseguiremos, por exemplo, diminuir a pegada ecológica (não, não é com carros elétricos que lá vamos), nem tão pouco construir uma região verdadeiramente integrada numa unicidade económica e cultural.
No vizinho distrito de Braga já se pensa em metro de superfície a ligar as principais cidades. Por cá, ainda se desperta para a necessidade de olhar, coordenadamente, para uma rede de transportes rodoviários.
O melhor será pensar que estes pequenos passos são a forma de percorrer um caminho consistente para, pelo menos no que à movimentação da população diz respeito, colocar esta terra litoral, mas com índices de desenvolvimento de interioridade, em patamares equitativos com as que nos rodeiam.
Não existe mais margem de manobra. Os nossos representantes têm de encontrar e aplicar novos caminhos para os desafios que a região e a nossa comunidade enfrentam. Já não há tempo para jogos de política de salão, dos interesses pequeno-partidários.
Avanços
Com o abrandamento da pandemia, com o terminar das restrições, é um regalo verificar o regresso dos visitantes ao comercio, à restauração. Ponte de Lima, vila, volta a ter filas para os restaurantes, volta ter a ponte e a marginal a abarrotar de pessoas.
Muitos espaços na zona histórica voltam a ter a aparência de outros tempos, atraindo a visita de milhares de forasteiros. Já é possível cruzar com vários grupos a falar diferentes idiomas. De um momento para o outro, é possível ouvir inglês, nos metros seguintes alemão e, logo a seguir, dar a vez ao francês ou ao espanhol.
Não deixa de ser necessário olhar com atenção para alguns aspectos. Será imperativo, por exemplo, criar condições para absorver harmoniosamente essas visitas no dia a dia de quem vive no centro histórico. O respeito pelo descanso e a ocupação do espaço público deverá ser uma das preocupações para quem decide licenças e faz a gestão do espaço.
Música
Porque não voltar a promover um dos nossos maiores “produtos endógenos”, a criatividade dos nossos jovens, com um festival de música de bandas ou artistas de “garagem”? Um festival com o único objectivo da partilha do gosto pela música.
Nos anos 90, encontros/festivais deste género deram vida e ânimo à criatividade de centenas de jovens que nesses eventos tiveram a oportunidade de tocar para um público que ia além dos seus amigos.
Temos bons espaços para atividades desse género. Não tem, nem seria a melhor opção, de ser realizada num espaço fechado. Duas sugestões, o Largo da Alegria, antigo Largo Alexandre Herculano, ou o Largo das Pereiras. O custo de realização será reduzido, mas o ganho, esse, será sempre enorme.