domingo, maio 15, 2022

Alto Minho, artigo de 11-05-2022


 

Velhas músicas punk e o PSD


Na adolescência muitas das experiências musicais são proporcionadas pelos nossos amigos. No meu grupo de amigos da adolescência, o André era quem nos dava a conhecer várias tendências musicais. Colocada a cassete na aparelhagem, ao clicar no play nunca sabíamos o que de lá iria sair. Foi assim que conhecemos a música eletrónica dos alemães Kraftwerk, um dos percursores deste tipo de musica, ou as bandas punk portuguesas, de “Mata Ratos” até aos “Censurados”. 

Na passada semana, o PSD fez 48 anos e, à medida que ia lendo e vendo textos e fotografias a comemorar a data, lembrei-me de uma das músicas da banda de João Ribas, que no passado dia 6 faria 57 anos, que tinha o nome de Censurados. No seu refrão cantava o seguinte “Diz-me porquê não há nada a fazer / Se iremos vencer ou iremos perder / Tentaremos mudar, o que há de mal /Nem que tenhamos que correr Portugal”. 

O Partido Social Democrata está numa encruzilhada que irá definir o seu futuro. É aqui que entra a música. Muitos acham que não há nada a fazer, que o partido se resignou a lideres locais que nada lideram para além da sua vaidade. Capazes, por exemplo, de cancelarem atividades de discussão com militantes e a sociedade por preferirem ser figurantes numa qualquer acção de campanha interna, na ânsia de “aparecerem” na televisão. Ou que, também, não há nada a fazer quando as estruturas não conseguem mobilizar militantes ou simpatizantes, deixam de ter qualquer posição política sobre a comunidade onde actuam, deixam de ter existência política. Estruturas onde os líderes estão amarrados aos seus cargos internos, apesar de não terem uma estratégia nem coragem política para tentarem mudar, talvez por medo de perderem o seu lugar. 

É ainda possível reerguer o PSD. Não sei quem irá vencer ou perder, mas sei que será preciso correr Portugal, ou seja, dar voz aos portugueses, voltar a ter estruturas que representem a sociedade e não os poderes internos. Ou o PSD volta a refletir a dinâmica social e política da sociedade ou continuará o seu caminho para a irrelevância e desaparecimento. É só olhar para o que aconteceu em França ao PS e aos Republicanos (partido herdeiro do Gaulismo), os dois partidos que dominaram a cena política durante as últimas décadas e que nas últimas presidenciais passaram a partidos residuais. Falta saber se existe a coragem de perguntar o porquê de aqui chegados.


Cuidado e manutenção


É sabido que com a Primavera a vegetação entra no seu auge de crescimento. É por isso importante que os espaços criados junto ao rio Lima, as designadas eco-vias, sejam, desde já, objecto de atenção. São várias as pessoas a caminhar, a usar as suas bicicletas por elas, mas, com as ervas a estreitarem o seu percurso, torna-se difícil e até um pouco perigoso usar estes espaços. Na eco-via que liga a vila de Arcozelo a Bertiandos, por exemplo, em alguns locais, já nem metade da via é transitável. É necessário que os responsáveis pela gestão destes espaços entrem rapidamente em acção.