domingo, julho 10, 2022

Alto Minho, artigo de 06-07-2022

 35 anos depois


No inicio do mês de Junho escrevi sobre a inusitada existência de uma decisão unânime do executivo municipal de 1986 de incluir o nome de Josias Barroso na toponímia de Ponte de Lima, com local escolhido e tudo, que, por mais que se procure, nunca viu concretizada em qualquer placa ou menção desse topónimo nas ruas de Ponte de Lima. 


O vereador do PSD, José Nuno Vieira de Araújo, questionou o presidente da Câmara, Vasco Ferraz. Ao que parece, pela resposta do senhor presidente, só faltará descerrar a placa. 


Ora, descerrar uma placa é fácil e 35 anos depois seria muito interessante e inteiramente justo fazê-lo o mais rápido possível e, como forma de fechar o ciclo, convidar o autor da proposta aprovada por unanimidade, o antigo presidente da Câmara, Francisco Abreu Lima para o fazer.


Chegou o Verão



Com as temperaturas quentes a manter-se durante a noite, sabe bem passear na ponte velha para tentar sentir a aragem que eventualmente poderá correr junto ao nosso rio Lima. 


Esta romagem para junto do rio faz-me recuar uns anos, para uma altura em que as pessoas d` Além da Ponte se juntavam nos bancos junto à igreja de Santo António para em conjunto, em amena cavaqueira, aproveitar a humidade vinda do rio que reduzia a temperatura ambiente. O Sr. Malheiro, o Sr Guerra, o Sr Pires Trigo, o meu avô Arlindo, e tantos outros que partilham as minhas memórias de infância.


Ainda há dias, nuns passos pela ponte, me lembrei deles, das suas conversas, das suas histórias e partilhas de memórias. Lembro-me de uma que vou partilhar com o leitor. Em tempos em que não existia iluminação pública como a que conhecemos agora, no final dos anos 50 do século passado, juntavam-se naquele espaço junto à igreja de Santo António, mesmo na boca da ponte medieval, para ficarem a olhar para o céu estrelado, esperando ver a luz do primeiro satélite, sim o russo Sputnik, a cruzá-lo. Uma novidade tecnológica que mudou para sempre a humanidade e que tinha na Além da Ponte uns curiosos que passavam uma parte da noite de cabeça levantada a olhar para o céu para o ver passar questionando-se o que mudaria com aquela luz.