Compromissos
Por esta altura, no ano passado, os candidatos às autárquicas gastavam os últimos cartuchos eleitorais. As promessas de amor eterno às populações que se proponham servir, os enormes objectivos que iriam alcançar juntos estavam na ponta da língua. Ainda não passou um ano e já houve quem se esquecesse desses dias e tenha abandonado o mandato que os seus concidadãos lhe deram.
Por Ponte de Lima, quase sem se dar por isso, a cabeça de lista do movimento VIRAMILHO, Susana Torres, já abandonou a Assembleia Municipal. A passada semana, com grande estrondo, o presidente da Câmara Municipal de Caminha abandonou o concelho e rumou ao sofás do poder da capital, assumindo o lugar de Secretário de Estado Adjunto do Primeiro Ministro.
Depois de garantir que estava para ficar, que já tinha recebido muitos convites para rumar a Lisboa e que não aceitava porque o seu trabalho era servir as pessoas de Caminha, sem cumprir um ano de mandato, Miguel Alves abandona a presidência do município da foz do Minho. A presidência passa para Rui Lages. Porque não conheço, fui à página do município de Caminha perceber de quem se trata. Licenciou-se, em 2011, em Direito, em 2015 assume o lugar de adjunto do Ministro Adjunto do primeiro governo de António Costa, em 2017 foi eleito vereador, renovando a eleição em 2021. Ou seja, os caminhenses nem vão estranhar muito, Miguel Alves fez agora 47 anos, Rui Alves tem 34, é uma questão de se dar tempo ao tempo para o currículo ser ainda mais parecido.
Nova era
Quem vive uma nova era são as paróquias de Arca, Ponte de Lima e Feitosa no concelho limiano. As três paróquias receberam um novo pároco. Certamente sem querer apagar o trabalho feito pelos seus antecessores, quer pelos tempos quer pelo seu percurso trará, como é normal, outra visão e atuação pastoral.
José Fernando Caldas Esteves (monsenhor) tem um vasto currículo onde se destacam as suas responsabilidades junto do Vaticano. Para além de ter desempenhado as funções de Reitor do Colégio Português de Roma, trabalhou na Congregação para a Educação Católica onde foi responsável pelos países de língua portuguesa. Voltou, por sua iniciativa, para a sua Diocese de Viana do Castelo onde se colocou ao serviço do bispo.
As comunidades não são feitas por uma pessoa, são o resultado do trabalho fraterno entre os vários membros da comunidade que, nas suas diferentes responsabilidades, trabalham em prol de objectivos comuns. Foi interessante verificar que na eucaristia de “entrada” do novo pároco compareceram pessoas das várias comunidades por onde o padre Caldas passou, quiseram fazer-se presentes. Este é o melhor indicador que poderia existir para o futuro destas 3 comunidades.