Tardes de praia em Outubro
Certamente o leitor conhecerá aquela satisfação de chegar a uma das nossas praias e enterrar os pés na areia. O quente da superfície dá lugar à sensação mais fresca à medida que vamos enterrando os pés. Este Outono tem permitido repetir esse gozo para além do normal de outros anos. As praias no Alto Minho, menos povoadas, são um interessante espaço para aproveitar o sol que ainda nos vai fazendo companhia. As tardes são agradavelmente passadas entre a areia e a água, a ver as acrobacias do surfistas, que finalmente se vêem livres dos banhistas, os voos das aves marinhas e o chegar, mais para o entardecer, do doce cheiro a maresia.
Mas as praias, nesta época, são também bons sítios para formar equipas e promover o seu espírito de corpo. Que o digam os rapazes do ADC da Correlhã que, ainda numa destas tardes, aproveitavam o sol e a ausência de pessoas na praia, para promover isso mesmo com corridas, peladinhas na areia e mergulhos coletivos.
Aviso
Caro leitor, caso não goste de ler sobre a política caseira, obrigado por ter passado por aqui, marcamos encontro para a próxima semana. Para os que ficam, já repararam que os partidos políticos, por cá, parecem tudo fazer para não nos surpreenderem? Quando têm a hipótese de ir ao encontro dos simpatizantes e militantes, preferem fechar-se nos grupelhos de controlo interno, não conseguindo dar outra escolha que não seja a de manter o status quo bafiento que, por vezes, os levam ao desaparecimento.
Em datas festivas, como o 25 de Abril, enchem a boca com palavras como “democracia”, “liberdade” e “participação cívica”. No entanto, internamente, não há debates, não há discussão, não se promove a participação activa dos militantes. Fazem-se eleições sem que antes haja debate interno, das quais os militantes têm conhecimento em cima da data, e, por vezes nem convocados são. É quase como um clube privado, fechado entre si, falam e agem cada vez em círculos menores, singrando o amiguismo e arrivismo. Órgãos que vão fazer escolhas de quem é candidato, em que lugar é que são candidatos, são eleitos com menos de um quarto da votação dos militantes existentes.
Depois admiram-se da cada vez maior ameaça do extremismo de esquerda e de direita. Quando os partidos, ditos tradicionais, até internamente vivem numa encenação permanente, quando os militantes e simpatizantes são tratados como meros figurantes, a história diz-nos onde vamos parar.
Nota
O PS limiano elegeu um novo líder. Cometeu o mesmo erro que o PSD já tinha cometido. A liderança do partido passa ser feita por um presidente da Junta. De manhã o presidente da junta negoceia com a Câmara Municipal, à tarde, a mesma pessoa, mas com as vestes de presidente de um partido da oposição, critica o executivo. Todos sabemos onde irá acabar e que função irá ceder…
O PSD de Ponte de Lima poderá reverter esse erro já no próximo mês de Novembro, quando eleger os seus novos dirigentes, isto se ainda houver militantes suficientes.