Caminha, Miguel Alves, Caminha
O executivo liderado por Miguel Alves pagou 300 mil euros, por um adiantamento de rendas para a construção de um Centro de Exposições Transfronteiriço (CET) que ainda não existe. O negócio aprovado, com o voto contra dos vereadores do PSD, previa a sua execução em 500 dias e prometia tanto que só por isso deveria causar alguma estranheza. Aliás, a líder da oposição na altura, Liliana Silva, até questionou sobre a capacidade de concretização do multiusos por parte de uma empresa que tinha sido constituída apenas nesse mesmo ano. O então presidente da Câmara Municipal, ao invés de responder às duvidas e questões levantada, recorreu à gincana política fazendo acusações à sua antecessora.
Este negócio pouco claro, feito com dinheiros públicos, foi trazido à ribalta nacional pelo jornal Público, mas, desta vez, não podendo recorrer nacionalmente ao seu velho subterfúgio de fazer uma qualquer acusação à sua antecessora, Miguel Alves remeteu-se ao silencio.
O problema é que o que está em causa são os fundos que vêm das contribuições dos portugueses. Assim sendo, o silêncio em resposta às questões da comunicação social é inadmissível.
Democracia
Já viram o que se passou no Brasil? A democracia passou a ser algo periclitante, não por fraudes eleitorais, mas pela forma como se realizou a campanha, o debate politico. A polarização, a falta de diálogo, a tribalização parecem ser o futuro da política. A violência e confronto foram de tão forma extremas que existiram vários exemplos de agressões por simplesmente se estar em lados políticos diferentes.
A escolha passou a ser entre dois candidatos dos extremos, sem complexos de uso de linguagem radical, candidatos idolatrados e seguidos pela sua capacidade de demagogicamente e de forma populista ir ao encontro de tudo e de nada.
Este novo e perigoso mundo arredou do debate politico os moderados, os que querem fazer política de forma civilizada, não radicalizada entre o “eu” e o “eles”, dos que olham para a política como a arte do compromisso.
Infelizmente, caro leitor, não pense que estamos longe desse “mundo”. Ainda esta semana, no nosso parlamento, vimos esse caminho ser trilhado pelo nosso Primeiro Ministro. Não conseguindo responder ou refutar as criticas da oposição do centro, do PSD e da IL, respondeu com alusões, comparações e tentativa de colagem à extrema direita. Se dúvidas houvesse, depois do debate do Orçamento no Parlamento, estas ficariam claramente dissipadas. Ficou-se a saber quais são as duas faces da moeda do populismo em Portugal. Percebe-se como a sobrevivência de um está intimamente ligada à promoção do outro. Cada vez mais se fica a perceber que, para a sua perpetuação no poder, o PS de Costa está disposto a tudo.
“Juro, como português e como militar, guardar e fazer guardar…”
O Dia do Exército Português foi comemorado na passada semana. Não pensem que este existe para fazer uma e outra vez exercícios de guerra. O Exército Português tem, pelos compromissos internacionais de Portugal, vários palcos de acção. Entre operações de manutenção da paz a operações de cariz humanitária, o Exército está presente em vários campos de acção, um pouco por todo o mundo. Vale a pena verificar isso mesmo com uma visita à exposição "Operação de Paz em Zona de Guerra e Operações de Apoio à Paz e Missões Humanitárias” que o Núcleo de Ponte de Lima da Liga dos Combatentes e o Município de Ponte de Lima organizaram no Museu dos Terceiros. Está patente até ao dia 18 de Novembro.