domingo, novembro 13, 2022

Alto Minho, artigo de 09-11-2022

 Consumo de droga aumenta em Ponte de Lima

A primeira página da semana passada deste jornal dava conhecimento dos preocupantes resultados de um diagnostico feito pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Ponte de Lima. A sua responsável, Liliana Lemos, fez declarações que alarmam qualquer pessoa, “existem redes organizadas de distribuição de droga que é distribuída à porta das escolas, muitas vezes de forma gratuita”. A estas afirmações junta-se o resultado que indica que 42,7% dos inquiridos nesta amostra assumem que já lhes deram drogas dentro ou fora do recinto escolar.

Esta notícia indignou, preocupou? A quem tem filhos nas escolas de Ponte de Lima, certamente que sim. Há, no entanto, um silêncio enorme da parte dos nossos representantes autárquicos. Já passou quase uma semana e até esta hora em que escrevo estas linhas não houve um partido, um movimento, um eleito que se tivesse pronunciado sobre este assunto. Não acham estranho? Será que para eles é mais importante um qualquer problema regimental de funcionamento de reuniões? Não acham este problema suficientemente importante para reagirem publicamente? 

É impressionante o silêncio, a falta de reacção de quem pode e deve fazer algo. Se há  situação que não deve esperar é um problema como este que, desde logo, tem de ser encarado como a maior das prioridades. É urgentemente e necessária uma coordenação entre os orgãos políticos e as autoridades policiais. 


Credibilidade


O dicionário define a palavra “credibilidade” como “qualidade do que é credível; o que faz com que alguém mereça ser acreditado”. Não sei porquê, mas alguns confundem “credibilidade” com “ausência” que o mesmo dicionário define como, entre outros, “falta de comparência; inexistência; afastamento”.

Chega uma altura em que é preciso um “reinício”, para que não restem dúvidas no conceito, o mesmo dicionário define como “acção de reiniciar; recomeço”. Por vezes é isso que é necessário fazer em algumas instituições, não vão elas “desaparecer” (já chega de definições, estou certo que já perceberam a ideia).


Não há melhor altura


Está fresco pela manhã, a humidade é imensa, e já se sente o ar fresco entrar nos pulmões. Os caminhos das florestas do norte de Refoios, junto da fronteira entre Ponte de Lima, Arcos de Valdevez e Paredes de Coura estão emoldurados pela mistura de cores acastanhadas, avermelhadas e amareladas das folhas caducas que se misturam com o verde dos cedros. 

O silêncio é quebrado, para além dos passos, por um galho que se quebra ou umas gotas de humidade que se juntam e caem no chão quebradiço. O “fumo” da respiração impede o uso de óculos, mas não impede a visão de grupos de garranos a espreitar quem passa. No outro lado da montanha, já por Vilar do Monte, encontramos uma visão magistral sobre o vale do Lima. O nosso rio que corre, serenamente, para o oceano que do alto mais parece de prata, fruto do reflexo do sol de Outono. Um espaço de excelência que não precisa de passadiços, apenas de preservação.