Igualdade
Na passada semana, celebramos o Dia Internacional da Mulher. Nesse dia lembra-se a luta pelos direitos e pela igualdade da mulher, realçando exemplos de mulheres que no dia a dia não viraram a cara a essa demanda.
Faça um exercício de memória, caro leitor, lembra-se, assim de repente, de uma rua na sua terra com um nome feminino? Complicado? É verdade que sim. Talvez se contem pelos dedos de uma mão as ruas que homenageiam mulheres. Será porque estas não se notabilizaram, não estiveram presentes na vida das nossas comunidades? Não, não foi!
A verdade é que todos conhecemos mulheres que se destacaram na cultura, nos negócios, na política, no ensino. Normalmente, agiam de forma discreta, sem aparatos, sem lugares formais. Felizmente, já não é assim, são cada vez mais as mulheres que se vão destacando.
É, no entanto, tempo de resgatar do esquecimento os exemplos do passado. Mulheres como Fernanda Martins, fundadora do PSD em Ponte de Lima, uma das “mães” da democracia no concelho, sendo uma das primeiras eleitas à Assembleia Municipal e que, discretamente, mas determinadamente, ajudou muitos, permitindo-lhes, com o seu auxílio, atingir objectivos académicos e sociais que, de outra forma, lhes estariam barrados. Ou Clara Penha uma das “mães” da referencia gastronómica de Ponte de Lima, o sarrabulho, que todos os anos traz ao concelho limiano milhares de pessoas de todo o mundo.
Surpresa
No passado sábado, participei no périplo temporal pela igreja matriz de Ponte de Lima. Por lá foram desmontadas várias certezas, daquelas formatadas pelo imaginário coletivo. Longe vai o tempo da “recuperação” da igreja, nos anos 50 e 60 do século XX, permanecendo, no entanto, no imaginário coletivo a ideia de uma obra que havia devolvido o original medieval à igreja. A verdade é que o que resultou dessa intervenção foi a destruição de uma rica evolução da igreja ao longo dos tempos. O que temos agora é uma igreja descaraterizada e despida da riqueza e da beleza que acumulava de várias épocas. Sim, porque de medieval só mesmo o frontispício da entrada principal.
Já passaram muitos anos, o que se fez já não se reverte. No fundo, será também uma marca do seu tempo. Há, no entanto, a possibilidade da comunidade actual dar o seu contributo, tendo a coragem de alterar o que ainda se pode alterar.
Dia de jogo
Tive o privilégio de assistir ao Jogo entre a AD “Os” Limianos e o Atlético dos Arcos, no estádio do Cruzeiro. Nesse desafio, discutia-se o primeiro lugar do campeonato. Com o estádio cheio por visitantes e apoiantes da casa, as equipas deram um espectáculo de futebol como nem sempre acontece nestas categorias. Nas bancadas, o respeito e a festa do futebol foi a tónica.
É evidente a vontade da equipa d`Os Limianos em voltar ao Campeonato de Portugal. Aliás, nota-se que a própria estrutura do clube já está montada para esse regresso, esforçando-se para que este seja permanente.
O futebol alto-minhoto poderá estar perto de um salto de qualidade. O Vianense pensa na Liga 3 e na permanência nessa liga, “Os” Limianos pensam no Campeonato de Portugal, onde pretende militar durante umas épocas antes de pensar noutros voos. Os passos têm de ser dados com segurança e ponderação, pela primeira vez desde há muitos anos, os clubes parecem estar prontos para eles. Haverá coragem política para fazer o que tem que ser feito?