domingo, maio 07, 2023

Alto Minho, artigo de 03-05-2023

 Maio maduro maio…

Entrou o mês de Maio e com ele, na nossa região, as ombreiras das portas, as janelas e varandas foram “pintadas” de amarelo dos maios. Seja por superstição ou tradição, é uma peculiaridade do passado ainda muito presente e enraizada. 

Felizmente, os responsáveis autárquicos, das freguesias às câmara municipais, têm ajudado a preservar esta tradição promovendo iniciativas, como concursos e exposições, que a ajudam a manter viva na versão “mais elaborada” das coroas de Maio. 


Porque não?


Com a chegada dos dias quentes sente-se a cada vez maior pressão das visitas ao centro histórico limiano. Ao fim de semana, a ponte medieval fica repleta de famílias a aproveitar a nossa “varanda” para o vale do Lima. Com elas chegam os automóveis, o areal, não vou agora escreve sobre a polémica discussão da pertinência ou não do aparcamento nesse local, enche, as ruas dos bairros contíguos são ocupadas pelos visitantes. É mau? Não, não é. A chegada de visitantes significa também a ocupação de mesas nos restaurantes e cafés, a visita a lojas, compras no nosso comércio. Não se pode, no entanto, descuidar quem dá real vida ao centro histórico e esses são os seus moradores. Podem começar por pequenas decisões, por exemplo, permitir o estacionamento exclusivo para moradores, em horas noturnas (das 20.30h às 8.30h), em ruas do centro histórico. Como esta, existem várias opções de descriminação positiva, comuns noutros locais com centros históricos tão atrativos como o nosso, com um custo reduzido ou mesmo inexistente, mas com um impacto positivo e importante na vida das pessoas.



Crónica, não crítica


Uns amigos e leitores questionaram-me sobre o porquê de não criticar mais. Comecei por lhes dizer que nunca foi o meu objetivo, quer na participação pública quer nas minhas crónicas, a critica pela critica. Dou a minha opinião, critico aquilo com que não concordo e louvo o que acho que está bem. Foi por isso que, por exemplo, estando presidente de um partido em Ponte de Lima, propus a atribuição do nome do primeiro presidente eleito em democracia, João Abreu e Lima, histórico do CDS, para constar na toponímia limiana. Na altura, esta proposta criou burburinho e algum mau estar, até dentro de algumas facções do meu partido. A verdade era uma, independentemente de partidos, das lutas políticas da época, a proposta de homenagem era de elementar justiça. Sempre olhei para a intervenção publica como a forma de estar ao serviço da comunidade e não de partidos ou de grupos partidários. 

Um desses meus amigos insistiu, devia criticar mais o executivo municipal. Não concordei. Pelo que se pode observar da vida política em Ponte de Lima, tirando uns casos, quase todos regimentais, nas reuniões do executivo entre os vereadores da oposição e o presidente da câmara a verdade é que o PSD, o PS e o PLMT desapareceram da acção política. Alguém sabe o que os partidos da oposição têm defendido para o concelho? Alguém lhes conhece uma tomada de posição sobre algum assunto? Alguém conhece algum comunicado sobre alguma opção ou tema importante para a vida da comunidade limiana? Se os políticos e os seus partidos aparentam não encontrar nada nem têm qualquer alternativa, porque esperam esses meus amigos que seja o cronista a assumir esse papel? 

O cronista continuará a escrever sobre o que vê, sobre o que sente, sobre o que gosta, sobre o que gostaria de ver, sentir e gostar.