domingo, julho 16, 2023

Alto Minho, artigo de 12-07-2023

 Recordações

(Fotografia da entra do antigo Cinema Rio Lima do inicio deste século entretanto reconvertido em Auditório Municipal Rio Lima)


Nos finais dos anos 80, nenhum adolescente ou pré-adolescente limiano perdia a oportunidade de passar pelo Centro Comercial Rio Lima. Podiam passear pelas montras das lojas, porém a ideia era seguir para o cinema. Normalmente, era durante a tarde de domingo que se passavam umas horas com os amigos a ver aqueles que seriam os filmes de uma vida. Desde viajar no tempo com o “Regresso ao futuro”, caçar fantasmas com os “Caça fantasmas”, viver aventuras nos espaços mais recônditos de nova Iorque com os irmãos “tartarugas Ninja” até acabar por conhecer os bairros dessa grande metrópole com “Um príncipe em Nova Iorque”. Mas houve um filme que ganhou um espaço especial, um filme protagonizado por um herói sem capa, um arqueólogo, historiador e professor de apelido Jones e com a alcunha, ganha por causa do seu cão, Indiana. Sim, um dos filmes, melhor, na altura ainda uma trilogia, que realmente me influenciou e marcou foi o “Indiana Jones”. Influenciou no meu gosto pela história, pelos planos de filmagens, o gosto por chapéus e casacos de couro… Quando saíamos do cinema, logo engendrávamos aventuras nos montes e bosques vizinhos, em casas abandonadas, na tentativa de replicar com a camara V8 as cenas que tínhamos visto no cinema.

Em ponte de Lima já não há cinema, nem é expectável que volte a haver. O mundo deu muitas voltas, desde 1990. As salas de cinema deixaram de ter o exclusivo da visualização de filmes, o streaming ganhou uma importância tal que há filmes já pensados para essa forma de visualização. As televisões têm uma qualidade de imagem e de som antes inimagináveis. Recentemente, com os mesmos amigos com quem antes partilhava as sessões de cinema para ver os filmes descritos anteriormente, desloquei-me a um cinema de Braga. Fomos ao encontro do velho amigo Indy. Sim, os anos passam para todos, até para os heróis sem capa. Foi um momento de convívio, de aceitação, de recordação. Foi, também, tempo de despedida e de agradecimento. Não, já não é o mesmo “Indiana Jones”, no entanto foi com o mesmo sentimento que saímos da sala, com um grande sorriso e vontade de ir ao encontro das velhas aventuras. 


Por falar em recordações


É sempre no segundo domingo de cada mês que a avenida de S. João, em Ponte de Lima, é “ocupada” pelo “Encontro informal de viaturas clássicas” promovido pelo CLAC – Clube Limiano de Automóveis Clássicos. 

Estes encontros, para além da exposição de belos exemplares que marcaram a industria automóvel, conseguem transportar-nos para outras épocas e outros locais. No passado domingo, quem por lá passou teve a oportunidade de, por exemplo, admirar um raríssimo Lancia Flavia 1.8 Sport Zagato dos anos 60. A mim ainda me transportaram para o tempo do Grande Ayrton Senna ao proporcionarem a contemplação de um Honda NSX, um modelo que o piloto brasileiro conduzia e ajudou a desenvolver.