domingo, julho 02, 2023

Alto Minho, artigo de 28-06-2023

 Esperança

O granito extraído dos montes da freguesia de Arcozelo é exportado um pouco para todo o lado. A sua extração e transformação é um trabalho duríssimo. Várias gerações ganharam o seu pão nesse labor. Uma atividade em tempos exercida de uma forma menos controlada, onde, nas primeiras décadas deste século, se tentaram dar passos para humanizar a actividade por forma a respeitar trabalhadores e natureza.

No final da primeira década, foi “sonhado” o Polo industrial do Granito. Iniciou-se o trabalho de certificação, de criação de uma marca, de criação de uma estratégia e valorização comercial do que seria o “Granito das Pedras Final”. O poder político foi tentando envolver o máximo de agentes, promoveu o associativismo. A dinâmica foi aparecendo. 

Entre avanços e recuos, independentemente da forma como decorreu o processo, o Polo Industrial do Granito de Arcozelo, desde a ideia inicial à inauguração, demorou mais de uma década a ver a luz do dia. Visto como um projecto fundamental para a organização e qualidade ambiental e laboral, foi com grande esperança que, após tantos anos de espera e de mais de 5 milhões de investimento, foi inaugurado um espaço onde finalmente a industria transformadora do granito teria um lugar construído de raíz para a receber. 

Na passada semana o Partido Comunista Português, numa sessão pública realizada na freguesia de Arcozelo, chamou a atenção para a actual realidade daquela “infraestrutura industrial fundamental para o desenvolvimento económico do concelho e da freguesia” que, alertou, “está praticamente desocupada”. Realmente, parece que a dinâmica dos responsáveis políticos e o esforço de mobilização dos agentes económicos se esvaneceu. 

Depois de um investimento tão grande, depois de tanta esperança, parece que tudo se esfumou, ficando apenas um enredo jurídico e a sensação de que há quem quisesse que tudo morresse. 


Espirito bairrista


No passado fim de semana, viveu-se, pela vila de Ponte de Lima, um reencontro com um espirito antigo de salutar bairrismo. A festa de São João, a festa da capela que ocupa o topo norte da alameda com o mesmo nome foi verdadeiramente popular. Com várias mesas e espaços de animação, era ver no terreiro da festa preenchido de famílias, muitas com ancestrais origens no Arrabalde, usufruindo da festa e das noites de Verão fantásticas que se fizeram sentir. 

No sábado, as marchas juntaram centenas de pessoas que marcharam com orgulho e alegria pelas ruas da vila limiana. Se antigamente eram os vários bairros que saiam às ruas, (Além da Ponte, Arrabalde, Pinheiro, Pereiras…), este ano, marcaram presença as freguesias da Correlhã, da Ribeira, de São Pedro d`Arcos e da Seara, a quem se juntou o Pinheiro e a Escola António Feijó.