domingo, outubro 15, 2023

Alto Minho, artigo de 11-10-2023



O perigo à espreita

No passado sábado, um autocarro atravessou a “ponte velha” de Ponte de Lima. As pontes romana e medieval encontram-se encerradas ao transito rodoviário desde os anos 90, resultado de uma das mais ousadas decisões de um presidente da Câmara, Francisco Abreu Lima, que, assim, pôs em causa a sua reeleição, mas devolveu um dos locais mais icónicos do concelho limiano às pessoas. 

Já não é o primeiro veículo a tentar ou a conseguir atravessar a “ponte velha”. Desde fugas depois de roubos a uma ourivesaria, passando pela má indicação de GPS até ao total alheamento de condutores pelo que os rodeiam, são vários os motivos para isso acontecer. Mas, seja qual for a razão, há algo que não pode estar esquecido e que os responsáveis autárquicos deveriam ter em atenção, a segurança das pessoas que por lá passeiam. 

A ponte, embora encerrada ao trânsito, embora com sinalização no local, permite a circulação de viaturas automóveis por falta de uma barreira física. Não seria preciso muito para inverter esta situação, bastava utilizar dois das dezenas de mecos que se perfilam na frente ribeirinha e no largo de Camões, colocando, no meio da via, um no início e outro no fim da ponte. Seja esta ou outra a solução, a verdade é que a decisão de fazer algo para a proteção das pessoas deve ser prioritária e deve ser tomada rapidamente.


O que se passa no hospital?


Nunca, como nos últimos tempos, se leram tantas notícias sobre a Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM). Infelizmente, quase todas negativas. Desde o roubo de equipamentos no valor de mais de 700 mil euros no serviço de gastroenterologia, demissões, serviços encerrados, denuncias de bullying e assédio laboral, condenação por despedimento ilícito…

No final da passada semana, às notícias de que o serviço de urgência do hospital de Viana do Castelo ficaria sem o serviço de cirurgia e que o Serviço de Urgência Básico do hospital de Ponte de Lima ficará, durante o mês de Outubro, sem especialistas de medicina interna, juntou-se a de que o conselho de administração da ULSAM vai ficar reduzido a dois elementos depois da demissão da diretora clínica e da diretora de enfermagem.

Esta conjugação de notícias, de casos, não é normal. Afinal, o que se passa na ULSAM? 


A representar os portugueses


Voltamos a ouvir sobre a importância de comemorar a data do 25 de Novembro de 1975, o dia onde se escolheu o poder do parlamento, do voto dos portugueses, rejeitando o  poder discricionário de um conjunto de militares ligado à extrema esquerda. Podemos ler na página na Internet da Assembleia da República que esta “representa todos os cidadãos portugueses, age em seu nome e é responsável perante estes”. De 4 em 4 anos escolhemos os nossos representantes na Assembleia da República. Dessa escolha surgirá o Governo de Portugal. 

Eleitos por um circulo eleitoral, numa lista apresentada por um partido, os novos deputados, conforme o seu estatuto, logo no ponto 1, do artigo 1º, capitulo 1, “representam todo o País, e não os círculos por que são eleitos”. É verdade que são eleitos pelo voto dos seus concidadãos de um delimitado espaço geográfico, mas, por exemplo, quando a região por onde foram eleitos, por alguma razão, se insurge contra os interesses do governo, os deputados ligados a este, normalmente esquecem os seus eleitores, escudando-se no referido ponto do estatuto que os rege. E lá se vai a representação, a ligação, o mandato das populações tão evocado durante as campanhas eleitorais. 


Nota:

Qual é a reacção possível perante os que criticam a luta de Zelenski e da Ucrânia, a Nato, a União Europeia, os EUA, mas relativizam Putin, o regime Iraniano, o Hamas e que manipulam a crise climática para os seus fins políticos? Não se pode dizer que se é pela liberdade e simultaneamente estar ao lado de quem a combate. Não se pode dizer que se é pela democracia e defender quem a não pratica.