domingo, outubro 29, 2023

Alto Minho, artigo de 25-10-2023

Dinamica 

No passado sábado, o auditório municipal de Ponte de Lima acolheu várias pessoas para participarem, ao longo da tarde, num evento que permitiu aumentar o conhecimento acerca da nossa terra, da nossa comunidade. 

A paróquia de Santa Maria dos Anjos, na vila de Ponte de Lima, promoveu a primeira edição dos “Colóquios da Matriz”. Com algumas intervenções sobre a história da matriz da vila limiana e outras sobre assuntos da história da comunidade limiana, foi uma tarde onde os participantes puderam redescobrir o passado não só edificado mas também social. 

No último ano, a Paróquia de Santa Maria dos Anjos tem conseguido imprimir uma dinâmica histórico-cultural de relevo. Aliás, terá sido essa dinâmica que levou à organização destes Colóquios dos quais se espera a continuidade pelos anos vindouros. Felizmente, esta atitude proactiva está a ser bem acolhida quer pela comunidade quer pelas instituições locais.


Informação


Vivemos rodeados de informação. Junto a nós, na nossa mão, no nosso bolso, temos constantemente um aparelho com a capacidade de receber e enviar informação para todo o mundo, de forma instantânea. Com tanta facilidade parece estranho que a ignorância informativa tenha tanta penetração na nossa sociedade. Talvez seja porque o que temos não é uma “chuva” de informação, mas um dilúvio informacional.

Ligam-se as televisões, espreitam-se as páginas web dos jornais e vemos, no ocidente, manifestações de apoio a quem quer destruir… o ocidente e o seu estilo de vida (liberdade, democracia, igualdade, laicidade). Nessas manifestações, lêem-se cartazes com frases que só podem ter sido escritas por quem nunca dedicou tempo a ler um livro de história e apenas absorveu a informação numa qualquer página de “notícias alternativas” ou dum qualquer “influenciador digital”. 


Tempo


Hoje ninguém tem tempo. Não temos tempo para participar publicamente, não temos tempo para o associativismo, não temos tempo, ponto. Com tanta falta de tempo também deixamos de o ter para nós, para parar e pensar, para ler. Quando leu o último livro, caro leitor? Seja sincero, não tem tempo para ler, não é? É muito mais fácil fazer “scroll” no ecrã do telemóvel ou, talvez, ouvir uns podcasts. 

Com tanta falta de tempo, claro que, quando tivermos de decidir, quando tivermos de tomar partido ou opinar, iremos fazê-lo sem grande perda de tempo. E depois, quando corre mal? Depois, vamos para as redes sociais queixar-nos ou criticar, de preferência com “memes” ou “imojis”, até porque não temos tempo para escrever.