domingo, junho 30, 2024

Alto Minho, artigo de 27-06-2024

O problema dos transportes

O presidente da Câmara de Viana do Castelo já se queixava de que o problema dos transportes não estava apenas no seu concelho, que haviam outros até bem piores, não percebendo a razão de só o seu concelho estar sob a atenção pública. Pois bem, o seu desejo tornou-se realidade. O presidente da Câmara de Ponte de Lima foi, na passada semana, o centro das atenções na polémica entre as Câmaras Municipais e as empresas de transporte, devido ao valor das compensações por Obrigações de Serviço Público. Mas no meio de toda a polémica, Vasco Ferraz fez uma declaração, aqui ao Alto Minho, que é realmente acertada. Referiu ele que “os presidentes de câmara deveriam conversar. Juntarmos todas as competências novamente na CIM do Alto Minho em vez de termos 11 autoridades de transportes. Nos distritos com dimensão semelhante ao de Viana do Castelo, não há nenhum que esteja a praticar esta divisão de competências em tantas autoridades de transportes”.

Quando existir uma liderança que se assuma como tal, para além dos interesses particulares de cada concelho, esses passos de concentração de competências, não só nesta matéria, poderão ser dados. É difícil, ainda para mais porque a primeira “capa” dos lideres da CIM é a de autarcas e, por vezes, parece difícil ultrapassarem esse vinculo, mas, se noutros locais é possível, por aqui também será. É preciso vontade, pode ser que essas “guerras” ajudem a encontra-la. 


50 anos


Na última década do século passado, inscrevi-me numa juventude partidária, a Juventude Social Democrata. Por lá, aprendi a lutar pelo meu concelho, aprendi a debater, ouvir e argumentar sobre ideias e sobre como coloca-las em acção. 

Durante os 10 anos em que por lá militei, fui eleito para vários órgãos internos, da concelhia à distrital, até aos órgãos nacionais. Dei a cara pela organização nos média, conseguimos trabalhar em propostas que chegaram mesmo a ser noticiadas pela imprensa nacional. Normalmente, associam-se as juventudes partidárias a agências de emprego, uma organização de recrutamento para nomeações para gabinetes municipais, governamentais ou doutro semelhante. Nunca fui nomeado para nenhum cargo, nem encontrei emprego ou trabalho pelo exercício da minha cidadania através da JSD. O David Lago, e tantos outros que fizeram esse percurso comigo, também não. Também não esperamos qualquer contrapartida monetária por participarmos activamente. Se são todos assim? Não, não são. Como na vida, também nas juventudes partidárias há de tudo. Felizmente, encontrei muitas mais pessoas como eu, que tantos anos depois, longe da política, olham para trás com orgulho do que conseguiram realizar politicamente e pelas amizades que lá construíram. 

No passado fim de semana, a JSD reuniu-se em congresso onde foram assinalados os 50 anos da sua fundação. Parabéns à JSD! Faço votos para que continue a ser aquilo que maioritariamente por lá encontrei, uma verdadeira escola política.