Opções
O município de Viana do Castelo aprovou a abertura do concurso público para a construção de um novo mercado municipal por 12.600.161,85 euros. Este é o mercado que andou aos empurrões desde o inicio do século com o conhecido prédio Coutinho. Mais de 12 milhões de euros que, contrariamente ao que foi dito ao longo dos anos, serão suportados pela Câmara Municipal, ou seja, pelos contribuintes de Viana do Castelo.
Mas esta reta final do mandato traz ainda mais surpresas. Não conseguindo resolver o problema dos transportes com as operadoras, o município vianense, aproveitando o fim da concessão dos transportes, previsto para o próximo ano, decidiu assumir a exploração do transporte público na área urbana. De imediato anunciou a intenção e proceder à alteração do mapa de pessoal de forma a contratar 25 motoristas, numa despesa anual estimada em 800 mil euros só em salários. A esse valor juntar-se-á, certamente, o da compra de autocarros, o custo de manutenção, …
Falta um ano para as eleições autárquicas.
Triste realidade
Quem um dia deambulou pela política activa sabe que muitos se perdem naquilo que um dia foi definido como “vã gloria de mandar”. Esse desejo íntimo de se destacar sobre os outros, de definir o rumo dos outros, de ficar para a história. Uns até fazem “carreira” política da Junta de freguesia para a Câmara Municipal, da Câmara para a Assembleia da República ou para um gabinete ministerial. Outros há, que não se sujeitando a eleições, gerindo os silêncios, se vão engrandecendo, escorregadios, na vida obscura da política interna dos partidos, esgueirando-se como enguias pelos estreitos “regos” que desaguam no “rio” do poder. Os lugares de nomeação são os mais procurados por estas espécies. Longe do escrutino público, mas bem perto dos benefícios sociais e económicos.
Infelizmente, esta é a realidade que afasta os que simplesmente querem participar na vida da “res publica”, mas que não se sujeitam a renunciar aos seus princípios.
Para os mais distraídos
O leitor sabe como se chamava o presidente da sua Câmara Municipal em 1981? Ou o presidente da sua Junta em 1995? O deputado que o representou na Assembleia da República em 2003? Não? É normal, o tempo destrói todas as vaidades. Infelizmente, muitos ainda não se aperceberam desta realidade.
Mudança
Já repararam que o espectro político do mundo ocidental está em mudança? Perdemos tanto tempo em polémicas estéreis da política interna que parece que os nossos políticos ainda não perceberam o que aí vem.
No passado domingo, a França deu o primeiro passo em direcção a um governo de extrema direita, sendo que a alternativa está subjugada à extrema esquerda. Tudo indica que no Reino Unido as próximas eleições irão ditar a mudança de governo, dando o poder à esquerda trabalhista. Daí nada de extraordinário, o problema está em que o partido liderado pelo populista Nigel Farage, admirador de Putin, poderá superar o partido Conservador que actualmente governa. Nos Estados Unidos da América, a realidade assusta, o debate presidencial parece ter deixado a nu uma realidade que todos fingiam ignorar. A alternativa a um muito perigoso Trump, de 78 anos, é um muito envelhecido, com muitas dificuldades em se perceber, Biden, de 81 anos. Caso não exista uma surpresa do lado dos democratas, o caminho de Trump até ao poder parece cada vez mais aberto.