segunda-feira, setembro 23, 2024

Alto Minho, artigo de 19-09-2024

Comboios 

No final do século XIX começou a pensar-se numa linha de comboio electrificada, entre Viana do Castelo e Arcos de Valdevez, que seria conhecida por Linha do Vale do Lima. No início do século XX, iniciou-se a construção, mas, apesar da linha construída entre Viana do Castelo e Ponte de Lima, em meados do século XX, é consumado um dos maiores erros políticos da região, o projecto foi cancelado. Os materiais foram vendidos para Espanha e a linha abandonada, sendo ainda, na actualidade, perceptíveis alguns dos seus lanços. A região perdeu assim uma das maiores possibilidades de desenvolvimento, com um impacto positivo que duraria várias décadas.

Na passada semana, através de uma pergunta feita pelo vereador da oposição, Eduardo Teixeira, ao presidente da Câmara de Viana do Castelo, ficou a saber-se que um jornal galego noticiara a vontade dos responsáveis políticos da nossa região em construírem uma nova linha ferroviária convencional, paralela à atual A27, entre Viana do Castelo e Arcos de Valdevez que entroncasse na linha de alta velocidade em Ponte de Lima. A ser verdade, seria a correcção de um erro histórico. Mas eis que Luís Nobre se demonstrou surpreso e foi mais longe ao afirmar que infra-estruturas como essas podem ser factor de esvaziamento do território, dando a entender que, apesar de terem proposto a chegada do metro, pressuponho que o da zona metropolitana do Porto, até Viana do Castelo, suspeitava da eficácia da infraestrutura. Nobre, mais uma vez, parece não percebe que o futuro da mobilidade é é o transporte coletivo, de preferência feito pela ferrovia. Se o metro chegasse a Viana do Castelo, o problema de mobilidade que se colocou ao longo deste ano, entre Viana do Castelo e o Porto, muito provavelmente não existiria. 

Infelizmente, o também socialista, líder da CIM Alto Minho, Manoel Batista, veio esclarecer que “no documento que enviámos para o PFN falamos do reforço da ferrovia na linha do Minho, com ligação ao porto de mar de Viana do Castelo, a linha de alta velocidade com uma estação intermédia em Ponte de Lima e a possibilidade de uma ligação de alta velocidade a Viana do Castelo, ou no limite em Valença”

Aparentemente, ainda não houve o rasgo de reverter uma das decisões políticas que mais limitou o desenvolvimento da nossa região. Parte do território do Alto Minho irá continuar isolada e presa a soluções do passado. 


Outra vez


Sei que já escrevi sobre este tema várias vezes, no entanto, o tempo vai passando e a necessidade vai aumentando. Escrevo sobre a urgência da construção de uma nova travessia rodoviária no rio Lima, a norte da vila de Ponte de Lima. As filas de trânsito em Agosto foram de quilómetros, durando quase todo o dia. Bem sei que esse é um mês em que a população aumenta substancialmente, mas, embora já não se prolongando pelo dia, as filas estendem-se por alguns quilómetros no início do dia, na hora do almoço e no final do dia. São enormes os constrangimentos e, não, a ponte da auto-estrada não é alternativa, como se comprova diariamente. O transito, a poluição, a perda de tempo, começam a ter comparações com grandes cidades e isso, num concelho como o de Ponte de Lima, não faz qualquer sentido. 

Talvez não fosse má ideia convidar o ministro das Infra-estruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, a visitar Ponte de Lima. No itinerário poderia ser incluído a visita aos jardins de Arcozelo, seguida da passagem para a vila limiana, por volta das 13h, onde uma refeição seguida de uma reunião o levasse a passar novamente a ponte de Nossa Senhora da Guia, por volta das 17 ou 18 horas. Pode ser que assim nos ajude, através do PRR, na construção de uma nova ponte entre, sei lá, Faldejães, em Arcozelo, e Castro, na Ribeira.