domingo, setembro 29, 2024

Alto Minho, artigo de 26-09-2024

 Ânsia  


Por vezes, quem está na oposição sente uma certa ânsia de se demarcar de quem está no poder. Pensará que assim conseguirá captar mais eleitores para a sua causa. Há, no entanto, um erro clássico, principalmente para quem recentemente mudou de papéis, é que essa ânsia de demarcação poderá ter um efeito boomerang. 

Leram o artigo do deputado José Maria Costa, na passada semana? O deputado criticou o governo da AD pelo início do ano lectivo, apontou algumas falhas como a da colocação de professores, realçando a falta de apresentação e aplicação de respostas estruturais. Todos sabem que um ano lectivo não se prepara em 3 ou 4 meses, não é difícil perceber que a abertura deste ano é, em grande parte, fruto da “preparação” feita pelo governo pelo qual José Maria Costa exerceu o cargo de Secretário de Estado. Ora aí está o “efeito boomerang”. É perceção geral que, ainda assim, as “não estruturantes” medidas introduzidas pelo novo governo fizeram com que as grandes contestações, a que todos assistimos nas últimas aberturas dos anos lectivos, não ocorressem este ano. Na educação parecem ter voltado a serenidade e a vontade de agir. 

Já anteriormente escrevi que é salutar, importante e mesmo fundamental, os deputados, de cada grupo parlamentar, que representam a nossa região na Casa da Democracia, partilharem a sua opinião. É que assim também percebemos quem se preocupa com os nossos problemas e tenta encontrar soluções, e quem se perde em gincanas políticas.      


Museu da imprensa


O leitor pode não ter essa perceção, mas os concelhos do Alto Minho têm uma grande tradição na publicação de títulos de imprensa, muitos deles estavam ligados a movimentos políticos, artísticos, locais. São inúmeros os títulos que foram sendo publicados no Alto Minho. 

No final do século XIX e no início do XX, a imprensa, apesar das elevadas taxas de analfabetismo, era o melhor meio de informar, de difundir ideias e, também, de anunciar casas comerciais, produtos e serviços. Muitos desses periódicos tiveram uma vida efémera, mas, independentemente da durabilidade, é por lá que encontramos o quotidiano, a “vida” das comunidades. Do mais “corriqueiro” casou ou nasceu, às polémicas e acontecimentos da atualidade de então.    

Ponte de Lima sempre teve uma grande tradição neste campo. Talvez seja por essa tradição que hoje alberga este jornal que agora lê e que é, inegavelmente, o maior e mais abrangente semanário da região. Pedro Ligeiro, no início deste mandato, propôs na Assembleia Municipal a criação de um Museu da Imprensa Limiana. A Câmara Municipal limiana deveria ponderar esta proposta. Não faltará espólio documental, nem tão pouco material (rotativas, prensas, máquinas de escrever…) no concelho a necessitar de salvaguarda. Seria mesmo uma forma de diversificar a oferta museológica concelhia e, simultaneamente, enaltecer um dos pilares de qualquer democracia plural. 


Férias desportivas




O Clube Náutico de ponte de Lima, para além de ser uma escola de campeões, é uma escola de camaradagem. Durante o período de Verão, organizou, de forma irrepreensível, umas férias desportivas que promovem isso mesmo. Este ano pude acompanhar bem de perto a dedicação dos monitores, a sua paciência e incentivo para com os jovens, muitos deles dando, verdadeiramente, as suas primeiras pagaiadas. Com perceção de que os “atletas” estão de férias e de que durante esse tempo também os pais também terão períodos de férias, sem rigidez na frequência, mas não deixando ninguém para trás. As férias terminaram com três competições, ao contrário do que encontro, por exemplo, no futebol, apenas encontrei incentivo entre pares, festejo pelas vitórias, que na maior parte das vezes é superar o próprio receio, e apoio se não corria como se expectava.