Mau olhado
Não sei onde ouvi a história, mas consta que, na já remota época de 2023 – 2024, quando a equipa da AD “Os Limianos”, que jogava em “casa” contra uma equipa do profundo Trás-os-Montes, contava o relógio os últimos minutos de compensação para além dos 90 minutos, marcou um golo. O desalento abateu-se nas bancadas que albergavam as centenas de pessoas vindas do nordeste de Portugal, a vitoria d`Os Limianos ditava a despromoção dos transmontanos às divisões inferiores. O silêncio que se sentia à sua saída foi quebrado por uma idosa mulher que, olhando fixamente para o verde do campo, que contrastava com o negro da sua veste, disse firmemente “campo excomungado, onde os da casa tarde ou nunca serão felizes”.
Confesso que não sei bem se foi assim que ouvi a história, ou sequer se esta é verdadeira, mas que a equipa da AD “Os Limianos” têm tido uma dificuldade crónica em dominar e vencer um jogo em “casa”, lá isso têm. Será falta de empenho e trabalho por parte dos jogadores e equipa técnica? A direcção não proporciona condições para obter resultados? Não e não! Há trabalho, há gestão profissional num clube que efectivamente não o é. Então como se justifica? Não sei. Talvez seja sinal para que o novo estádio avance o mais rapidamente possível, deixe de ser uma promessa, um desenho num papel, e passe a ser uma realidade.
Primavera
Eis que chega a Primavera à política local. O ano das autárquicas está aí e, tal como na Primavera começamos a ver alguns bichinhos a aparecer, também alguns políticos locais, com o aproximar das eleições, começam a frequentar alguns espaços e atividades esquecidas durante os últimos 3 ou 4 anos. Como na natureza, é o “ciclo da vida”.
Ambição
O presidente da Câmara de Paredes de Coura, Vitor Paulo Pereira, tem-nos habituado a entrevistas muito boas, dadas a este jornal. Por vezes, os bons entrevistadores fazem meia entrevista, mas este protagonista tem uma postura esclarecedora e empática nas respostas que dá. Agora que se recandidata ao cargo de presidente da estrutura distrital do Partido Socialista deu uma grande entrevista onde as autárquicas do próximo ano foram o tema central.
O PS espera manter as Câmaras Municipais que lidera no distrito, prevendo, no entanto, uma dificuldade acrescida no concelho de Caminha. Afasta qualquer possibilidade de luta em Monção, onde o PS parece ter desaparecido, e apresenta Ponte de Lima como um território difícil e complexo. Analisando as suas declarações, Vitor Pereira pretende relançar o PS limiano, dá a entender que o candidato poderá ser um de dois, um independente, aproveitando alguém vindo do movimento Ponte de Lima Minha Terra, ou um jovem. Aparentemente, o que realmente pretende, depois de 8 anos de ausência, é voltar a ter a “marca” PS presente em Ponte de Lima.
Mas o que sobressai da entrevista é a esperança que demonstra, e que afirma fundamentada, em conquistar o município de Arcos de Valdevez para o PS. Considera os socialistas arcoenses prontos para o embate, com trabalho feito, com resultados bastantes interessantes nas diferentes eleições. Se a estes factores se associar a mudança de ciclo, Vitor Pereira pensa que “o PS pode fazer história”. Será que o bastião social-democrata do distrito está em perigo? Ficamos na expectativa de uma entrevista a Olegario Gonçalves, que para além de presidente da distrital do PSD, aparentemente será o candidato social-democrata à sucessão de João Esteves na liderança do município de Arcos de Valdevez.