domingo, outubro 05, 2025

Alto Minho, artigo de 02-10-2025

É estranho

Todos os partidos e movimentos se esforçam para dar a conhecer os seus candidatos, as suas propostas, as suas ideias. Todos… menos o PS limiano. 

A actual liderança foi presenteada com uma casa completamente armadilhada. A anterior optou por deixar de apoiar o movimento Ponte de Lima Minha Terra, mas nada fez para preparar as candidaturas socialistas. O PS limiano foi destruído por ambições e falta de um projecto para o concelho. Sem projecto, sem estrutura, sem pessoas, os candidatos socialistas que se apresentam a estas eleições, no fundo, sacrificam-se para que o partido tenha uma representação no boletim de voto. A distrital socialista, no mínimo, deveria ajudar na promoção da candidatura, não só com o apoio financeiro, mas também logístico. Será o mínimo para quem teve a coragem de “agarrar” o partido no estado comatoso em que se encontra, a não ser que o PS já se tenha conformado com o seu desaparecimento em Ponte de Lima.


Será?


Nas páginas do Alto Minho, no início dos anos 2000, escrevi várias vezes sobre a biblioteca municipal de Ponte de Lima. Apontei a necessidade de um novo edifício na zona das escolas. Com a decisão de deslocalização da EB1, defendi a edificação, nesse local, de um edifício que projectasse e alargasse o âmbito da biblioteca municipal por forma a que este serviço se  transformasse num centro de informação. O então responsável pela cultura, Franclim Sousa, depois de um tempo em que defendeu outro caminho, foi ao encontro dessa ideia e, em 2008, deu nota da possibilidade da construção de um novo edifício aproveitando aquele espaço. Nesse mesmo ano, o Orçamento e Plano Municipal contemplou a elaboração do projecto e construção “da nova Biblioteca Municipal, que será um espaço com acentuada polivalência na prestação e disponibilização de serviços com a designação de Centro de informação e do Conhecimento”. Infelizmente, o vereador deixou a equipa nas eleições de 2009, o projecto ficou na “gaveta”. Várias vezes abordei o assunto nas reuniões da Assembleia Municipal, não consegui, no entanto, sensibilizar os responsáveis municipais. 

Já havia alguns rumores, mas agora foi tornado público que há realmente a intenção de avançar com um projecto ainda mais abrangente que o inicial. Vasco Ferraz pretende edificar no espaço da antiga EB1 a Casa do Conhecimento. Um Centro de Informação Local que junta a Biblioteca e o Arquivo municipais, bem como outras valências culturais do município. É uma decisão arrojada que promove a cultura de todo o concelho. Já agora, na nova edificação, salvaguardem o mural de cerâmica que os últimos alunos da EB1 deixaram para a posteridade. 


Talvez um pouco de nostalgia


Com as redes sociais invadidas pelas publicações das candidaturas, as recordações avolumam-se. Lembro-me do longínquo ano de 2009, quando, de forma pioneira na região, se fizeram vídeos de campanha para o Youtube, ou de como, em 2013, se promoveu um debate, nas redes sociais, entre os seguidores da página e o, então, candidato a presidente da Câmara, ou, ainda, como em 2017 já se produziam vídeos, curtos, para as redes sociais sobre vários temas e propostas, provocando a discussão de temas que estavam arredados da discussão política.

Não estou com saudades da política activa, partidária ou eletiva, afastei-me por minha opção, mas continuo a pensar que a participação política é um dever, a opinião, um direito, a participação na vida política em órgãos eleitos ou partidos, uma opção. Tudo tem um tempo.