Autárquicas 2025
Como combinado na semana passada, hoje vamos “falar” das autárquicas. Gostou dos resultados? Sempre surgiram algumas surpresas.
Grandes vencedores no Distrito
Olegário Gonçalves, para além de ter sido eleito presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, com 58.67% dos votos, enquanto presidente da distrital do PSD, viu os sociais-democratas conquistarem os concelhos de Melgaço e de Caminha. Com cinco municípios laranja e um centrista, a liderança da CIM Alto Minho muda de mãos.
Albano Domingues pôs fim a 43 anos de liderança socialista no município de Melgaço.
Liliana Silva, que durante anos lutou persistentemente pela mudança, conseguiu conquistar o concelho de Caminha.
Luís Nobre, por ter conseguido atrair os votos mais à esquerda do PS, manteve a liderança, por maioria absoluta, do executivo municipal de Viana do Castelo.
Augusto Marinho, quando muitos vaticinavam a sua derrota, lutou contra um dinossauro do PS barquense e aumentou a sua maioria. Conquistando mais um vereador, provou que os dinossauros já se extinguiram há muito.
Grandes perdedores no Distrito
Vítor Pereira, líder da distrital do PS, para além de perder os concelhos de Caminha e Melgaço, vê a votação do PS diminuir substancialmente nos dois concelhos em que a estrutura apostou fortemente, Ponte da Barca e Arcos de Valdevez.
Eduardo Teixeira, embora com a expectável subida de votação do partido de André Ventura, no concelho de Viana do Castelo, não conseguiu atingir o objectivo de retirar a maioria ao PS, nem de ficar em segundo lugar e, muito menos, de vencer. A nível distrital, não foi além do quinto lugar, com excepção de Viana do Castelo, o objectivo de eleger vereadores também ficou por alcançar.
Rui Lage deixou escapar a liderança socialista da câmara de Caminha.
Vassalo Abreu, por seu lado, não percebeu que, como se pode ler na bíblia, em Eclesiastes 3 “tudo tem o seu tempo”.
Por Ponte de Lima
Por terras limianas, há apenas um vencedor, Vasco Ferraz. Consolidou a maioria absoluta na Câmara Municipal, conquistou mais um vereador, aumentou e assegurou a maioria dos mandatos na Assembleia Municipal e, entre independentes por si apoiados e listas próprias, domina a quase totalidade das Assembleias de Freguesia. Não poderia ter corrido melhor para o CDS limiano.
O PLMT perdeu votação, numa transferência que parece direta para o CDS. Perdeu um vereador e membros na Assembleia Municipal, conquistou a Assembleia de freguesia de Brandara, perdendo, no entanto, a maioria na Assembleia de freguesia de Refoios. Quando muitos vaticinavam o seu desaparecimento, Zita Fernandes, conseguiu, no entanto, manter o movimento como a segunda força política na Câmara Municipal. Sobreviverá a mais quatro anos?
O PSD conseguiu vencer novamente em quatro Assembleias de Freguesia, perdeu Rebordões de Souto, mas conquistou Rebordões de Santa Maria. Márcio Magalhães conseguiu a reeleição na Assembleia de Freguesia de Arca e Ponte de Lima, por maioria absoluta. Já a freguesia da Seara, apesar da mudança de ciclo, manteve o predomínio maioritariamente laranja. Os resultados têm, no entanto, um travo amargo para os sociais-democratas. Com o fim do Movimento 51, o PSD absorveu naturalmente o seu eleitorado, mas, apesar do aumento de votação, não conquistou mais vereadores, não travou o crescimento generalizado do CDS e ainda ficou atrás, na Câmara Municipal, do fragilizado PLMT. Quanto tempo é que José Nuno Araújo aguentará até ceder o lugar de vereador a Filipe Lima?
O PS, apesar do abandono das estruturas distritais, da “traição” do seu ex-líder (que liderou uma lista independente apoiada pelo CDS a uma freguesia), conseguiu passar a fasquia psicológica dos mil votos na votação para a Câmara Municipal e eleger dois membros para a Assembleia Municipal. Com um longo caminho para percorrer, poderá ter encontrado as bases para a caminhada.
A IL atingiu o objectivo a que se propôs na apresentação da sua candidatura, elegeu um membro para a Assembleia Municipal. Veremos o que esse lugar poderá significar para o crescimento da IL em Ponte de Lima.
O PCP-PEV continua no caminho do esvaziamento eleitoral. “In extremis” conseguiu manter um eleito na Assembleia Municipal. É inegável o contínuo e progressivo declínio eleitoral do PCP limiano.
A grande divisão do eleitorado em Ponte de Lima é entre o CDS e a oposição como um todo. Enquanto esta continua num género de “baralha e dá de novo”, dividindo os eleitores consoante os movimentos independentes e partidos que aparecem e desaparecem, o CDS, com pequenas oscilações, vai consolidando o eleitorado.