domingo, abril 13, 2025

Alto Minho, artigo de 10-04-2025

Também por cá

O que se passou, na passada semana, em relação à lista de candidatos a deputados pelo lista do PSD no Alto Minho demonstra que a política, tal como a conhecíamos na nossa região, acabou. Sim, deixou de haver respeito pelo próximo, pela sua vida, para pôr em prática a velha máxima “o fim justifica os meios”. 

Alguém, com acesso à comunicação social nacional, tornou-se fonte de meias verdades que rapidamente se transformaram em títulos feitos para partilhas/gostos/comentários nas redes sociais, de imediato multiplicados. Estes criam “sensações” generalizadas, logo replicadas pelos “justiceiros do teclado”, que nem comunicados e esclarecimentos conseguem combater, até porque, na maior parte das vezes, a leitura da peça cinge-se ao título.

Alguém me dizia que, afinal de contas, o que escrevi na passada semana, referindo que “os militantes do PSD de Ponte de Lima partem para a campanha com a motivação extra de estarem a trabalhar para conseguir eleger uma deputada vinda do seu seio”, deixou de ser verdade. De facto, deixou, mas as razões que contribuíram para isso talvez provoquem uma dinâmica ainda mais poderosa e profunda. Uma dinâmica que vá além de nomes ou listas, uma luta pela dignidade e respeito pelo outro.


Temas arredados da campanha?


A campanha eleitoral, ainda que sem sem esse nome, já começou. Seria bom que integrasse, nas discussões que surgirão, temas realmente estruturantes  para a nossa comunidade. É o caso da assistência aos mais idosos. Que plano propõem os partidos para a nossa região? Que apoios ou propostas defendem para esse sector social dedicado aos nossos concidadãos? E no que concerne aos cuidados continuados, continuaremos a ter uma rede deficitária ou têm propostas concretas para apresentar aos agentes que prestam esse serviço?

Bem sei que poderá ser uma chatice exigir aos candidatos a nossos representantes que falem sobre assuntos concretos, que são um problema na nossa comunidade, mas deveriam ser eles a entendê-los como prioritários, considerando obrigatória a sua discussão, e a propor-nos, a nós, seus eleitores, um caminho para uma solução.


Justiça


Não deixa de ser interessante verificar como os extremos políticos, de direita ou de esquerda, com um discurso tão radical em relação à justiça sobre os “outros”, nas situações em que esta incide sobre eles ou alguém do seu circulo, é logo rotulada como perseguição política. Passa, rapidamente, a ser vista como uma força manipuladora promotora de ataques à democracia representativa.

Sem comentários: