domingo, fevereiro 25, 2024

Alto Minho, artigo de 22-02-2024

Debates

Confesso que tenho acompanho pouco os debates para as legislativas, e nada os pós debates. Infelizmente, quer o modelo de debate, quer os conteúdos, e as horas de comentários de pós debate são cada vez mais um espetáculo que nada tem a ver com o esclarecimento político dos eleitores. Não passam de espaços de entretenimento como quaisquer outros da televisão. O tema é a política, mas poderia ser o futebol ou um reality show. 


Na passada semana, com as notícias que fui lendo nos jornais nacionais, provavelmente também elas influenciadas pelos momentos de entretenimento político-televisivo, fiquei com duas dúvidas. Para o CHEGA, o PSD é igual ao PS, mas, se assim é, então qual será a razão para se querer coligar com o PSD? Já para o PS, há o perigo de a AD, para garantir o governo, se aliar ao CHEGA. Estará o PS a deixar a mensagem de que os eleitores de centro e direita devem concentrar o voto na AD para garantir uma maioria absoluta de modo a não ser necessário o partido de André Ventura para uma maioria parlamentar?  Recorrentemente leio que o líder da AD, Luís Montenegro, recusa qualquer acordo com o CHEGA, pelo que torna ainda mais difícil perceber as referidas posições.   


Recordações 




Quando tinha 16 anos, fui tirar a licença para condução de ciclomotores. Os meus pais  permitiram que o fizesse, mas não me compraram nem me deixaram comprar uma mota, porém a do meu avô estava ali parada. Uma mota do inicio dos anos 60, com muito “ferro” e pouco plástico, que dava para umas pequenas deslocações entre a casa dos meus pais e da minha avó. 

Munido da licença, do alto dos meus 16 anos, fiz várias vezes esse percurso, permitindo-me, esporadicamente, a uns desvios para descobrir novos recantos. Uma das melhores sensações foi quando a minha avó Glória, já na casa dos 70´s e muitos, contra todas as previsões, aceitou o desafio de me acompanhar. Foi à pendura, sentada de lado, talvez influenciada pela Audrey Hepburn que, no filme “Férias em Roma”, cruzava a cidade eterna desta forma com o Gregory Peck.

 

Que saudades de ter a minha avó à pendura.


Que bom


Subo a rua num domingo de tarde e ouço o som de crianças a brincar. Uma boa sensação que me transportou ao passado. O velho e abandonado recinto desportivo é novamente palco para épicos jogos. Sem balizas ou cestos de basquete, as crianças improvisam. 


Infelizmente, no largo da Freiria, na vila de Arcozelo, aquele espaço de brincadeira continua sem qualquer intervenção. Espera por ela há pelo menos 3 anos. Não sei se é falta de vontade ou de engenho, mas a verdade é que um espaço que poderia juntar crianças, jovens e os seus pais, bastando requalificar o piso e colocar umas tabelas e balizas, continua abandonado pelos responsáveis políticos.