domingo, março 24, 2024

Alto Minho, artigo de 21-03-2024

Indignações nas redes sociais

Há umas semanas a indignação instalou-se nas redes sociais. A Câmara Municipal de Ponte de Lima estava a abater as frondosas árvores que ladeavam a avenida de São João, bem junto ao rio Lima. As teorias, como sempre, eram muitas e sempre no sentido de uma conspiração. Alguns preferiram realçar a falta de sensibilidade pelo abate de várias árvores. 

Confesso que me distancio, cada vez mais, das redes sociais. Da troca de ideias passou-se para a troca de acusações e, por incrível que pareça, o que tem maior visibilidade já não é a boa opinião ou a informação, mas a polémica e a falta de bom senso. Estas parecem ser as condicionantes que “despertam” o algoritmo que gere as redes. 

Mas voltemos ao assunto do abate das árvores. Será que alguém tentou perceber o motivo que levou a que responsáveis políticos, sempre tão zelosos em não perder as boas graças da opinião pública, assumissem o ónus de abater dezenas de árvores? Claro que não, é mais fácil criticar do que procurar saber o que estará por detrás de uma decisão considerada “politicamente incorreta”. A propósito da necessidade da substituição das árvores paralelas à avenida de São João, em Ponte de Lima, escrevi neste espaço, em 24 de Maio do ano passado, que “A decisão não é fácil, mas o que não se pode fazer é olhar para o lado como se nada se passasse e condenar os nossos concidadãos a terríveis momentos de muito má qualidade de vida.”. E porquê? Porque sempre que chegava a Primavera era notório o mal-estar e as queixas de centenas de pessoas que vivem ou trabalham em Ponte de Lima relativamente às nuvens de “algodão” que aquelas árvores espalhavam pelo centro histórico e que provocavam algum incómodo ou até problemas de saúde. 

Sim, as árvores foram, e bem, abatidas, aliás, nunca deveriam ter sido lá plantadas. Foram posterior e rapidamente substituídas por exemplares já bem desenvolvidos de outra espécie. Cabe aos gestores do espaço publico saber decidir que espécies arbóreas plantar em consonância com o bem-estar daqueles que usam e vivem naqueles espaços.

Neste caso, o Município de Ponte de Lima só pecou por não ter, desde logo, informado devidamente os munícipes. De resto, é para isso que elegemos representantes, para que decidam em prol da comunidade que servem. 


Obrigado!




Há duas semanas escrevi sobre uma experiência muito pessoal com o basquetebol no inicio dos anos 90, em Ponte de Lima. As conversas que advieram desse texto fizeram-me lembrar de uma pessoa que, embora não estivesse na parte visível, foi, e não apenas  para o basquetebol, fundamental para o desporto limiano durante as décadas de 80 e 90. 

José Barros, conhecido por Zé Pepe, foi um dos pilares que, discretamente, esteve sempre presente no desporto limiano. Desde as carrinhas, que emprestava para as deslocações das equipas, aos equipamentos. As designações “Pepe Pronto a Vestir” ou “Criações Tininha” estiveram em muitos fatos de treino e equipamentos de várias equipas e modalidades, a sua presença foi fundamental para o desenvolvimento desportivo de centenas de jovens atletas limianos. José Barros é um dos últimos exemplos da velha extirpe de comerciantes locais envolvidos profundamente no associativismo da sua comunidade.