segunda-feira, abril 01, 2024

Alto Minho, artigo de 28-03-2024

Semana Santa


Esta é uma das semanas mais importantes para os católicos. Uma semana de tristeza? Sim, de certo modo, no entanto é bom lembrar que a semana termina com a Ressurreição e que, sem esta, nada teria sentido.

Aproveitando a Semana Santa, este ano, o Município de Ponte de Lima fez uma aposta grande na divulgação do património e tradições limianas. Em estreita colaboração com a paróquia de Santa Maria dos Anjos, sede do concelho, as cerimonias litúrgicas fundem-se com várias actividades culturais. Destaco a abertura de várias igrejas e capelas por todo o centro histórico, algumas das quais só neste altura se poderão visitar, pelo que afigura uma oportunidade imperdível. 

É bom quando os responsáveis políticos têm a capacidade de envolver a comunidade na preservação e divulgação das nossas tradições, sejam elas populares ou religiosas. Um exemplo a replicar.


Informação


Tem sido um calvário para os que vivem, trabalham e estudam no centro de Ponte de Lima. Obras no coração do centro histórico, na rua General Norton de Matos e Agostinho José Taveira, bloquearam o acesso ao centro, obrigando a alterações na circulação que levaram à concentração do fluxo de transito em duas ou três ruas. 

Já se sabe que para se fazerem obras são necessários sacrifícios. É preciso criar condições para se poder trabalhar sem problemas e também para quem tem de circular no espaço a intervir. Ao contrário do que era costume, a obra no centro histórico foi anunciada com alguma antecipação, foram preparadas alternativas, mudados sentidos de circulação, tudo para minimizar os constrangimentos. Até foi dada uma data prevista para o término das obras. Tiveram mesmo o cuidado de, ao fim de semana e dias de feira, dentro de algumas limitações, permitir a circulação “normal”. 

Infelizmente, já o mesmo não se pode dizer sobre a intervenção, penso que a cargo das Infra-estruturas de Portugal, numa das vias de maior movimento em Ponte de Lima, a Dom Pedro I (entre a rotunda da Feitosa e a de Nossa Senhora da Guia). Apesar da entrada principal do centro histórico da vila de Ponte de Lima estar bloqueada pela obra descrita anteriormente, as Infra-estruturas de Portugal resolveram, mesmo assim, avançar com a, tão necessária e por eles adiada, construção de uma rotunda de acesso a duas grandes superfícies. Uma obra que significa o corte intermitente do trânsito e que bloqueia uma das alternativas à entrada no centro histórico. Custaria muito “falar” com o município e programar para outra data? 

A coordenação das intervenções, a escolha de datas e o ajuste a horas que impliquem menor constrangimento à normal circulação das populações, deveria ser uma preocupação dos responsáveis.  


Quem vai ser o primeiro?


Acabado o período de campanha, e conhecidos os novos representantes, quem vai ser o primeiro a propor a abolição do pórtico do Neiva na A 28? Este foi um assunto em que todos, durante a campanha, foram consensuais, pelo que já não há desculpas. Da mesma forma que não existem desculpas para a inércia em que caiu o processo de criação de uma rede de transportes públicos na região. Uma rede interna, inter-modal, que permita a interacção com territórios vizinhos. 

É preciso passar das palavras aos actos. Quem vai ser o primeiro a dar o passo para passarmos à acção?