quinta-feira, maio 22, 2025

Alto Minho, artigo de 15-05-2025

 Campanha


Esta é a última semana de campanha para as eleições legislativas, que se realizam no próximo domingo. As redes sociais estão inundadas de fotografias e vídeos das listas candidatas pela nossa região. Os jornais vão dando conta de algumas acções dos que pretendem ser nossos representantes na Assembleia da República. Pode ser da idade, mas algumas destas campanhas não serão mais para consumo interno? Se nos abstrairmos do “barulho”, será que percebemos como os candidatos pretendem pôr em prática o que defendem para a nossa região, nos corredores da Casa da Democracia? Pelo que nos mostram em campanha, não ficaremos com a ideia de que, afinal, estes só servem para passear e comer em feiras e festividades, esboçando sorrisos estridentes intercalados por frases feitas?


Empatia, onde está?


Um dos problemas que vivemos na nossa democracia é a da polarização. A necessidade de pontes, como afirmou o novo Papa, Leão XIV, é premente. Mas, infelizmente, a capacidade de compreender o outro, as suas ideias, e encontrar um meio termo parece ser, neste tempo, algo extremamente difícil e raro. 

Parece que só há o “eu”, os outros estão sempre enganados, e é necessário, não só vencê-los, mas humilha-los e, se possível, eliminá-los do espaço público. Vejam os comentários nas redes sociais, mesmo de pessoas que no seu dia a dia exercem funções sociais, a incontinência verbal é já a regra. A capacidade de empatia é quase nula. Todos têm que comentar tudo, as notícias dos orgãos de comunicação, por exemplo, são comentadas sem se lerem, não interessa a notícia, o que interessa é comentar para criar “sensações” e “influenciar” para que a minha “opinião”, mesmo que errada ou infundada, seja validada.    


Orgulho


Seja como for, e apesar de alguns não contribuirem em nada para a sua elevação, nada poderá menorizar o exercício do direito de voto. Espera-se que este seja esclarecido, pensado e exercido em consciência. 

Desde pequenina que quando votamos a levamos connosco, sempre fizemos questão de lhe transmitir a importância deste momento e da luta de gerações para que todos pudessem contribuir, pela sua escolha livre, para o futuro da comunidade. A luta das mulheres para que este direito também fosse o delas, sem excepções. É por isso que será com muito orgulho e emoção que este domingo seremos acompanhados pela nossa filha, já não como espectadora, mas para exercer, em pleno, o seu direito de voto pela primeira vez. É, realmente, um momento de festa, ainda para mais quando vivemos a comemoração dos 50 anos em que este direito se viveu em plenitude, pela primeira vez, em Portugal.