Pragmático
A Iniciativa Liberal apresentou, como líder da lista à Câmara Municipal de Ponte de Lima, João Fernando Lima. Nas primeiras declarações à comunicação social, foi realista nos objetivos, os liberais limianos pretendem “entrar” na Assembleia Municipal para “levar as ideias liberais à Assembleia”. Esse objectivo poderá ser realizável, seria, até, importante para a democracia local, que assim fosse. Abrir o leque de representatividade na Assembleia Municipal poderia trazer uma nova vitalidade àquele órgão.
Atendendo ao objectivo apresentado, só não se percebeu por que é que não apresentaram o cabeça de lista da IL a esse órgão.
Afinal
Alexandra Sofia Vieitas da Cunha vai liderar a lista do Chega à Câmara Municipal de Ponte de Lima. Para quem acompanha a política local e porque eram apontados outros nomes com maior relevância política, a escolha surpreende. Não que falte experiência política à candidata. Sofia Cunha já integrou várias listas candidatas à Assembleia da República. Em 2019 foi 3ª numa lista do Bloco de Esquerda, em 2024 ocupou o 4º lugar da lista do Chega e, em 2025, o 5º, novamente pelo Chega.
Há quem lhe chame “incoerência”, outros, “busca de tacho”, na verdade, cada um é livre de mudar de ideias e de se aproximar de quem quiser. É a mesma liberdade que o eleitor tem de votar, ou não, em quem assim procede.
Na sua apresentação, a candidata, propôs a criação de uma Polícia Municipal em Ponte de Lima, justificando a proposta com o “aumento de assaltos ao comércio local e a habitações”. Há, no entanto, um pequeno problema nessa proposta, a realidade. Por um lado, basta consultar as estatísticas e indicadores para perceber que não, não existe um aumento de assaltos. Para além do concelho limiano estar bem abaixo da média nacional nos crimes registados (https://estatisticas.justica.gov.pt/sites/siej/pt-pt/Paginas/Crimes_registados_autoridades_policiais.aspx), a criminalidade, com um número relativamente estável, comparativamente com há 10 ou 20 anos, até diminuiu. Por outro lado, o concelho limiano já tem duas forças de segurança a operar no seu território, a PSP, que tem como área territorial de acção a freguesia sede de concelho, e a GNR com as restantes freguesias. Mais que criar uma Polícia Municipal, talvez fosse melhor lutar, por exemplo, pelo aumento de efetivos e meios das forças de segurança existentes.
Já por Viana do Castelo
No momento que escrevo, Eduardo Teixeira ainda não foi anunciado oficialmente como cabeça de lista pelo Chega à Câmara Municipal de Viana do Castelo. Não foi, mas, pela quantidade de vídeos, sobre o assunto, que vai partilhando nas redes sociais, não será muito difícil perceber que será o segredo mais mal guardado destas autárquicas.
Num dos seus referidos vídeos falava em acabar com o bipartidarismo, arvorando-se como a alternativa que o irá fazer. Teixeira faz parte da vida autárquica de Viana do Castelo, pelo menos, desde 2001, sempre eleito pelo PSD. Foi membro da Assembleia Municipal, da Assembleia de Freguesia de Darque, vereador. Por duas vezes liderou a lista do PSD candidata à Câmara Municipal. Na primeira vez que o fez, nos idos de 2013, Teixeira afirmava que o "concelho de Viana do Castelo precisa de uma nova garra e de sair urgentemente do marasmo económico em que vive, sobretudo devido à inação da gestão camarária. É preciso acabar com 20 anos de gestão socialista”. Passados 12 anos, a mensagem é basicamente a mesma, apenas se percebe a nuance de substituir “socialismo” por “bipartidarismo”.