No entanto…
O deputado socialista, José Maria Costa, no seu artigo da passada semana, escrevia, a propósito das políticas do governo para a comunicação social, que “para a construção e consolidação dos pilares da Democracia e do Estado de Direito estamos todos convocados. Mas este governo à semelhança de que faz noutras áreas governativas, não dialoga, não procura construir consensos.”. José Maria Costa ainda não conseguiu sair da redoma governativa onde viveu nos últimos anos. Precisa de vir para a rua, falar com as pessoas que vivem fora da política, perceber a diferença entre o clima crispado que se viveu durante o governo de que fez parte e o que se vive agora. O actual governo, dos professores, às forças policiais, dos militares, aos enfermeiros, até com os bombeiros sapadores conseguiu chegar a um acordo, isto depois de negociar com os sindicatos e parceiros sociais.
No caso em apreço, o do Plano de Ação para a Comunicação Social, o governo pediu, por exemplo, a colaboração de duas associações de imprensa, a Associação Portuguesa de Imprensa e a ANIR - Associação Nacional de Imprensa Regional. Esta última até tornou público que encontrou no plano apresentado motivos “para concluir que o poder político inscreveu o setor nas prioridades do país para a comunicação social”, até a UGT destacou os objectivos positivos do mesmo.
Provavelmente, para o socialista José Maria Costa, o governo deveria ficar dormente, refém, quem sabe, dos humores da oposição.
Para os nossos netos
Ao ler uns jornais antigos, publicados em Ponte de Lima, dos finais do século XIX, princípio do século XX, encontrei duas notícias sobre a plantação de árvores nos espaços públicos da vila limiana. Numa das notícias, saudava-se a iniciativa do conde de Santa Eulália por se ter disposto a organizar e suportar os custos da plantação de árvores em vários espaços públicos da vila de Ponte de Lima, proposta de imediato aceite pela Câmara Municipal. A segunda, esta do final do século XIX, lamentava a alteração das árvores no passeio ribeirinho da vila, queixando-se de que, com estas novas árvores, “só os nossos netos é que poderão usufruir delas”. Sendo eu já um dos bisnetos, parece-me que ainda terei beneficiado de duas ou três, que duraram até ao final dos anos 90 do século XX.
Hoje, felizmente, não é preciso esperar por um “benfeitor”, e, por vezes, até conseguimos ter uma visão que vai além do nosso espaço temporal. A Câmara Municipal de Ponte de Lima substituiu, recentemente, as árvores plantadas em 1996 entre a Alameda de São João e o rio Lima, uma medida que trouxe qualidade de vida a vários cidadãos com problemas de alergologia. Agora foi a vez das velhas árvores que ladeavam a referida Alameda serem substituídas por novas. Em boa hora foi feita esta substituição, novas árvores, nova visibilidade à Alameda de São João que sai assim rejuvenescida, tornando-se num espaço de que também os nossos netos poderão desfrutar.