Perguntas incomodas
No passado domingo, ouvi a seguinte frase “as crianças, ao contrário dos adultos, não se retraem de fazer perguntas por terem medo de ouvir as respostas”. Aparentemente, parece que é isso que está a acontecer neste momento de ressaca eleitoral. Muitos parecem ter medo de perguntar por que será que quase 23% dos eleitores aparentam ter-se fartado do actual sistema político? Ou, o que levará tradicionais eleitores da extrema esquerda a votar num partido rotulado de extrema direita? As respostas serão difíceis de ouvir, mas mais difícil será o resultado de fazer de conta que nada se está a passar.
Existe um alheamento dos políticos e uma falta de visibilidade mediática dos verdadeiros problemas que nós, “a paisagem do país”, enfrentamos no nosso dia a dia. Se esse alheamento deixa um sentimento de afastamento e revolta, não há como esconder, verifica-se uma vontade disruptiva perante o sistema político em que vivemos.
Uma franja do eleitorado olha com desdém para os partidos e políticos. Alguns, com o seu voto livre, optam por uma ideia de líder, que embora politico e vindo do sistema, se apresenta como de fora e “diferente". O mesmo que na noite eleitoral recebia apoios com gritos de “a mandar em Portugal”, reparem que optaram pela palavra “mandar” e não por “governar”. Será a mesma situação que coloca um ex-militar na frente da corrida presidencial, até porque, sendo “não é político, é serio!”…
Vivemos num sistema democrático, onde todos podem participar, mas onde também os partidos são pilares e os nossos representantes são escolhidos e escrutinados em liberdade. Existem problemas? Claro que sim, mas sejamos exigentes, cabe a cada um de nós não abdicar da participação, não se recolher no egoísmo de tratar apenas da “nossa vidinha”.
Novo rumo
Ricardo Felgueiras trouxe uma nova visão à Associação de Futebol de Viana do Castelo. Não foi só a parte visual que mudou com novos logotipos, a política de proximidade com os clubes aprofundou-se e a comunicação com a comunidade reforçou-se. A parceria com os clubes e com os agentes da sociedade é a aposta de Felgueiras, que já anunciou parcerias para, por exemplo, proporcionar a transmissão online de jogos dos campeonatos da Associação. Não há como negar que, sendo o futebol o desporto mais praticado e com maior visibilidade social, esta vontade de trazer os órgãos que o gerem para junto da comunidade é bem-vinda e traz um novo ciclo para o futebol distrital.
Exemplos
Por falar em futebol, agora que termina a época da formação, quero deixar uma palavra de apreço a todos os que dedicam o seu tempo na formação de milhares de jovens e crianças. São eles que ajudam não só no seu crescimento desportivo, como também na sua formação humana e social.
Deixo um exemplo dessa dedicação, um treinador já histórico de “Os Limianos”, Adelino Silva. O Adelino já marcou várias gerações de jovens que passaram na formação do clube de Ponte de Lima. Embora com a preocupação de os fazer crescer no futebol e no desportivismo, promoveu sempre a ideia de que, mais que resultados imediatos, o que interessa é o crescimento dos atletas nas várias dimensões. Uma ideia que já fez escola em treinadores que um dia foram seus atletas.