Verdadeira festa popular
Nunca é de mais destacar quando uma comunidade se une para manter as tradições. No passado fim de semana, pude participar numa festa diferente das outras, o São Pedro da Freiria, na Além da Ponte, vila de Arcozelo.
Uma festa de um santo popular que se perde nas profundezas dos anos e que tem uma particularidade, normalmente as festas são dedicadas a um santo evocado numa igreja do lugar, mas na Freiria não existe nenhuma igreja evocativa de São Pedro. Há uns anos, foi colocada uma imagem do santo no largo da Freiria, mas para marcar essa vontade popular de festejar o santo, e não o contrário.
A festa tem os costumeiros momentos musicais, os bombos, a música gravada durante o dia e os foguetes, mas tem, também, algumas características que a tornam especial. As sardinhas e o porco no espeto são servidos no largo pelas pessoas que organizam a festa. O pagamento é uma contribuição para a festa, um donativo, não há tabela de preços. O convívio, a partilha e o estar entre vizinhos são as verdadeiras atrações. As marchas, tão características de uma época, em tempos alimentadas pela saudável rivalidade entre “os da Freiria e os do Terreiro”, também marcam a festa. Os marchantes do bairro do Pinheiro, na vila de Ponte de Lima, presença assídua nas marchas de São João, atravessam o rio e sobem do largo da Alegria (o tal Terreiro), entrando no largo da Freiria a marchar com os característicos fatos e arcos. Qualquer pessoa se pode juntar, os arcos estão espalhados pelo recinto, e são tantas a fazê-lo.
O São Pedro da Freiria é diferente, não é uma festa “enlatada”, é uma festa feita pela comunidade, por muitos jovens, que mantêm, de certa forma, o sentimento de comunidade e, simultaneamente, dão continuidade a uma tradição, para que não se perca na voragem do tempo.
Habitação temporária?
Desde há uns tempos, em alguns espaços rurais de Ponte de Lima, têm sido colocadas algumas casas pré-fabricadas, num género de bairros/parques de campismo. Na fronteira entre a freguesia da vila de Arcozelo e Brandara há um e agora, num terreno junto à central de betuminoso da vila de Arcozelo, está a aparecer outro. Há quem diga que é para albergar trabalhadores! Seja para o que for, espera-se que se respeitem as regras de implementação de edificação e que o município fiscalize o que por lá se passa.
Vamos à praia?
Estes dias de calor extremo fizeram-me recordar tempos onde tudo era mais lento, tudo era vivido com maior intensidade. Hoje, rapidamente nos colocamos numa qualquer praia da nossa região, mas nem sempre assim foi.
Houve um tempo em que as férias eram intermináveis, onde muitos iam à praia em autocarros, normalmente acompanhados pelas avós. Enfrentavam as águas geladas da nossa região com pequenos lanches que não os afastassem, por horas, da espuma das ondas. O tempo de espera era ocupado entre construções na areia e a exploração das rochas e poças. A praia era apenas “usufruída” na parte da manhã, mas como o relógio parecia andar mais de vagar, era o suficiente.
Há quanto tempo não passeia junto a uma das nossas praias? Fica a sugestão, com este calor, visite uma das nossas praias, vá de manhã e, se for mais afoito, aproveite para dar um mergulho.